Kiev ainda não mostrou evidências de que Teerã entregou drones a Moscou, diz MRE do Irã

Em uma entrevista à CNN, o ministro das Relações Exteriores iraniano relatou suas conversações com os ucranianos, que diz não terem sido convincentes com as declarações de que o Irã dá drones à Rússia.

Hossein Amir-Abdollahian, ministro das Relações Exteriores do Irã, disse na quarta-feira (1º) em uma entrevista que Kiev ainda não deu nenhuma prova de que a Rússia usa drones de fabricação iraniana na sua operação militar especial.

"Nossos especialistas estudaram estas imagens, e as imagens têm nada a ver com o Irã. Estamos agora há quatro meses esperando a segunda rodada de conversações, e esperamos que eles venham e apresentem os documentos reais, mas a equipe ucraniana continua dizendo que [o fará] em 15 dias, em breve, mas nada acontece", contou ele à emissora norte-americana CNN após lhe serem mostradas fotos de supostos drones iranianos na Ucrânia.

O ministro apontou que contatou há alguns meses Dmitry Kuleba, ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, questionando suas "acusações sem fundamento" de que a Rússia usa drones de fabricação iraniana na Ucrânia. Na época, Kuleba respondeu que Kiev tinha "documentos" de que os drones iranianos estavam sendo usados pela Rússia.

Amir-Abdollahian notou que ele propôs que as equipes militares ucranianas e iranianas se reunissem e examinassem esses "documentos", com a reunião acontecendo em Omã. O lado ucraniano mostrou "algumas imagens de satélite muito desfocadas e obscuras, e eles estavam alegando que estes são drones iranianos", disse ele.

"Nossos especialistas examinaram estas fotos, e as fotos não tinham nenhuma conexão com o Irã", disse o ministro.

Os países ocidentais acusaram repetidamente Teerã de fornecer drones de combate a Moscou para uso na operação especial da Rússia na Ucrânia. Moscou e Teerã têm negado repetidamente que a Rússia tenha adquirido drones de ataque do Irã.

O ministro iraniano das Relações Exteriores disse em 2022 que o Irã parou de vender drones à Rússia meses antes de24 de fevereiro de 2022, quando ela lançou a operação especial.