EUA violaram procedimentos do Novo START, diz embaixador russo no país

Os Estados Unidos, em violação ao procedimento do Tratado Novo START, declararam lançadores de mísseis balísticos lançados por submarinos (SLBM, na sigla em inglês) e bombardeiros pesados ​​incapazes de realizar missões nucleares, disse o embaixador russo em Washington, Anatoly Antonov nesta terça-feira (28).

"Seguindo um procedimento não acordado com a Rússia, os EUA declararam lançadores SLBM e bombardeiros pesados ​​incapazes de realizar missões nucleares. Mais de uma centena deles foram ilegitimamente retirados das regras de contagem do Tratado. Nossos inspetores nunca tiveram a oportunidade de verificar os resultados da 'conversão'", disse Antonov aos repórteres.

Caso se deseje o retorno à operação em larga escala do Novo Tratado START, os Estados Unidos devem reconsiderar sua agressiva política contra a Rússia, acrescentou.

"Para criar as condições para um retorno à operação em grande escala do Novo START, Washington deve reconsiderar sua política antirrussa hostil. Até agora vemos exatamente o oposto: os Estados Unidos não estão prontos nem mesmo para gestos positivos simbólicos."

Em 21 de fevereiro, o presidente russo Vladimir Putin fez um discurso na Assembleia Federal.

Durante seu discurso, o chefe de Estado anunciou que a Rússia estava suspendendo a participação no Novo Tratado START.

No mesmo dia, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, lamentou em nome da aliança a decisão da Rússia e instou Moscou a reconsiderá-la.

A jornalistas, Antonov disse ainda que o Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT, na sigla em inglês) ainda não entrou em vigor por causa dos Estados Unidos.

"Se os Estados Unidos fossem uma potência nuclear responsável, já teriam ratificado o CTBT há muito tempo. É Washington o responsável pelo fato de o tratado ainda não ter entrado em vigor. Outros Estados dos quais depende o destino do CTBT olham na política dos EUA em busca de pistas. Por que eles se apressariam se o governo não está disposto a colocar um fim legal aos testes nucleares?", questionou.