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Petrobras nega denúncias que acusam a empresa de fornecer conhecimento estratégico a concorrentes

© Foto / André Motta de Souza / Agência PetrobrasEsferas de armazenamento de gás liquefeito de petróleo (GLP) da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras. Duque de Caxias (RJ), 20 de março de 2013 (foto de arquivo)
Esferas de armazenamento de gás liquefeito de petróleo (GLP) da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras. Duque de Caxias (RJ), 20 de março de 2013 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 15.02.2023
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Sindicalistas acusam a Petrobras de prática ilícita ao transferir conhecimento especializado em curso que pode beneficiar concorrentes; em nota à Sputnik Brasil, empresa diz que treinamento não envolve informações estratégicas.
A Petrobras vem sendo acusada por sindicalistas de fornecer conhecimento especializado em geologia a funcionários de empresas prestadoras de serviço concorrentes, o que configuraria prática ilícita de transferência de informações estratégicas.
A acusação foi feita em uma carta enviada ao presidente da empresa, Jean Paul Prates, pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) na última terça-feira (14).
A denúncia aponta que o treinamento vem sendo repassado por meio de um curso de capacitação, que, segundo relatos de funcionários, não abrange os treinamentos para atividades já realizadas por profissionais terceirizados.

"O curso significa capacitar profissionais de empresas que prestam serviços para todas as outras petroleiras concorrentes, para que estes substituam a presença de geólogos da Petrobras nas plataformas, o que envolve informações estratégicas sobre aperfeiçoamento em descrição de amostras de calha, interpretação de perfis e estratégias para caracterização de reservatório e parada de poços após perfuração da seção evaporítica", diz a denúncia.

Segundo o coordenador-geral da federação, Deyvid Bacelar, "a situação é grave". "Estamos falando de geólogos terceirizados atuando em momento crítico do projeto de perfuração de poços e em circunstâncias que impactam diretamente na qualidade de aquisição de dados e na segurança da operação, podendo até mesmo resultar em perda do poço, o que configura prejuízo incalculável", disse o coordenador.
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Ele acrescenta que o conhecimento fornecido pelo curso "foi adquirido a muito custo e ao longo de anos de vivência operacional por parte da equipe de perfuração da Petrobras". Segundo ele, esse conhecimento é desejado por empresas concorrentes, que "visam obtê-lo a partir da contratação desses profissionais treinados pela própria Petrobras".
Procurada pela Sputnik Brasil, a Petrobras negou a denúncia e destacou que o curso citado pela FUP é um "treinamento básico, oferecido desde 2001 às equipes de empresas prestadoras de serviços em atividades de mudlogging", termo dado à análise da lama retirada de poços perfurados.
"O principal objetivo deste treinamento é a padronização na execução dos serviços de descrições de rochas, elaboração de documentação e fluxo de comunicação. É realizado esporadicamente, quando da mudança de companhia prestadora de serviços, quando iniciam novos contratos, e tem a curta duração de 16 horas. Em resumo, este treinamento não é comparável aos cursos internos da Petrobras para as equipes de geólogos, os quais têm duração básica de 840 horas e abrangência para todas as atividades necessárias à plena capacitação e exercício da função, além de outros treinamentos complementares", disse a empresa, em nota à Sputnik Brasil.
A Petrobras acrescentou que o treinamento não configura a transferência de conhecimentos estratégicos.
"Reiteramos que estes contratos de prestação de serviços são cobertos por cláusulas de confidencialidade e que o conhecimento compartilhado não constitui conhecimento estratégico, pois faz parte de práticas da indústria aplicadas ao contexto dos poços da empresa."
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