DNA (imagem ilustrativa) - Sputnik Brasil, 1920
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Gases metilados podem ser único indicador de vida alienígena, afirmam astrobiólogos

CC BY 2.0 / Flickr.com / Kevin Gill / Lua e Terra (imagem referencial)
Lua e Terra (imagem referencial) - Sputnik Brasil, 1920, 06.02.2023
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Os gases que os organismos produzem à medida que interagem com seus ambientes podem fornecer sinais claros da existência de vida em planetas que orbitam outras estrelas, anunciaram pesquisadores no mês passado na reunião da American Astronomical Society.
Esses gases nas atmosferas dos exoplanetas permitem obter indícios de vida alienígena. Uma das formas é procurar tais gases nas imagens tiradas pelo Telescópio Espacial James Webb ou outros telescópios que podem aparecer em breve.
A composição química de um planeta remoto é uma das formas mais promissoras de os pesquisadores detectarem vida extraterrestre. Na Terra, a vida produz muitos produtos químicos que alteram a atmosfera: as plantas produzem oxigênio, por exemplo, e uma série de animais e plantas liberam metano. A vida em outros lugares da galáxia pode fazer a mesma coisa, deixando uma assinatura química que os seres humanos poderiam detectar de longe.
Mas, muitos desses gases são também liberados em processos que não têm nada a ver com a vida. Sua detecção pode levar à falsa conclusão de haver vida em um sistema solar distante, quando é realmente apenas uma rocha estéril.
No entanto, pelo menos um tipo de composto que alguns organismos produzem para se proteger de elementos tóxicos pode ser um sinal inequívoco de vida.
Perspectiva oblíqua de parte da paisagem que compõe Aonia Terra, uma região de planalto nas terras altas do sul de Marte - Sputnik Brasil, 1920, 31.01.2023
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Os compostos que sinalizam a vida são chamados de gases metilados. Micróbios, fungos, algas e plantas estão entre os organismos terrestres que originam produtos químicos, ligando átomos de carbono e hidrogênio a materiais tóxicos, como cloro ou bromo. Os compostos resultantes evaporam, varrendo os elementos mortais.
O fato de as criaturas vivas quase sempre terem uma mão na origem dos gases metilados significa que a presença desses compostos na atmosfera de um planeta seria um forte sinal de algum tipo de vida, declarou a astrobióloga planetária Michaela Leung da Universidade da Califórnia, Riverside, na reunião.
O mesmo não acontece com o oxigênio e o metano. O oxigênio, em particular, pode se acumular quando uma estrela quente aquece os oceanos de um planeta. Da mesma forma, enquanto organismos vivos produzem metano em abundância, fenômenos geológicos sem vida como vulcões também o produzem.
Nas concentrações de gases metilados típicos da Terra, esses gases são difíceis de observar nas atmosferas de planetas distantes, mesmo com um instrumento tão poderoso quanto o telescópio Webb. Mas Leung tem razões para acreditar que pode haver planetas onde a abundância de gás seja milhares de vezes a da Terra.
"Os ambientes mais produtivos [para a liberação de gases metilados] que vemos aqui na Terra", diz ela, "são coisas como estuários e pântanos."
Um planeta aquoso com muitos continentes pequenos e, consequentemente, mais litoral, por exemplo, poderia ser preenchido com organismos limpando produtos químicos tóxicos com gases metilados.
Representação artística da galáxia NGP-190387 - Sputnik Brasil, 1920, 19.01.2023
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Um dos benefícios de procurar esses compostos como um sinal da vida é que não exige que a vida se assemelhe a qualquer coisa como o que nós temos em nosso planeta. "Talvez não seja baseado em DNA, talvez tenha outra química estranha acontecendo", disse Leung.
"Quanto mais sinais de vida soubermos procurar, maiores serão nossas chances de reconhecer a vida quando a encontrarmos", afirmou Vikki Meadows, astrobióloga da Universidade de Washington em Seattle, que não esteve envolvida no estudo. "Isso também nos ajuda a entender que tipo de telescópios devemos construir, o que devemos procurar e quais devem ser os requisitos do instrumento. O trabalho de Michaela é realmente importante por essa razão", acrescentou a astrobióloga.
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