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Marcos do Val: proposta de golpe de Estado partiu de Daniel Silveira, não de Bolsonaro

© FolhapressO senador Marcos do Val (então Cidadania-ES). Brasília (DF), 12 de junho de 2019
O senador Marcos do Val (então Cidadania-ES). Brasília (DF), 12 de junho de 2019 - Sputnik Brasil, 1920, 02.02.2023
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Em coletiva na manhã desta quinta-feira (2), senador mudou sua versão anterior e disse que a proposta para gravar Alexandre de Moraes partiu do ex-deputado Daniel Silveira.
O senador Marcos do Val (Podemos-ES) concedeu uma entrevista coletiva, na manhã desta quinta-feira (2), na qual detalhou as denúncias feitas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), publicadas em suas redes sociais e na revista Veja.
Na coletiva, divulgada pela CNN Brasil, Marcos do Val mudou a versão apresentada anteriormente, na qual afirmou que Bolsonaro o teria coagido a dar um golpe de Estado, durante uma reunião no dia 9 de dezembro, na qual também estava presente o então deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). Na reunião, segundo denunciou o senador, foi apresentada uma proposta para tentar gravar uma conversa comprometedora com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que pudesse anular as eleições.
Na manhã desta quinta-feira, em coletiva à imprensa, Marcos do Val destacou que não sabe se Bolsonaro sabia da proposta antes da reunião. Ele ressaltou que a ideia foi apresentada por Silveira, que vinha expressando temor de ser preso novamente por Moraes. Segundo Do Val, Bolsonaro não disse nada sobre a operação proposta por Silveira, apenas escutou a conversa.

"A proposta não partiu dele [Bolsonaro], partiu do Daniel [Silveira]. O Daniel é que estava conduzindo a reunião, e, repetindo, no meu entendimento ficou claro que foi algo como 'Presidente, se eu conseguir alguém para gravar, você topa?'. Não foi dito isso, mas deu para entender que seria isso. Se eu falasse 'Eu topo', possivelmente o presidente poderia dizer que pensaria nisso."

A declaração vai contra a versão anterior apresentada por Marcos do Val, que disse em suas redes sociais e entrevista à Veja que Bolsonaro o havia coagido a dar um golpe de Estado.
Segundo o senador, na reunião, após uma breve conversa sobre os acampamentos bolsonaristas e uma suposta fraude nas eleições, Silveira pediu licença ao presidente para apresentar o que classificou de a ideia que iria "salvar o Brasil".
© Folhapress / Betinho Casas Novas/Futura PressO então deputado federal Daniel Silveira (então PSL-RJ) na chegada ao Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro (RJ), em 17 de fevereiro de 2021, para fazer exame de corpo de delito
Deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) na chegada ao Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro (RJ), em 17 de fevereiro de 2021, para fazer exame de corpo de delito - Sputnik Brasil, 1920, 02.02.2023
O então deputado federal Daniel Silveira (então PSL-RJ) na chegada ao Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro (RJ), em 17 de fevereiro de 2021, para fazer exame de corpo de delito. Foto de arquivo
O deputado apresentou um plano que consistia em enviar alguém de confiança de Bolsonaro para se aproximar de Alexandre de Moraes e gravar, secretamente, uma conversa com o ministro. A ideia era captar algo comprometedor que pudesse impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Bolsonaro e aliados atribuem a derrota nas eleições presidenciais a uma suposta interferência de Moraes. Diante disso, o plano de Silveira era gravar na conversa com Moraes algo que, de alguma forma, sustentasse essa versão. Silveira disse a Do Val que isso abriria caminho para prender Moraes, impedir a posse de Lula e anular as eleições. "Você será um herói nacional", teria dito Silveira, segundo o senador.
Silveira foi preso na manhã desta quinta-feira, pelo descumprimento de medidas cautelares estabelecidas pelo STF, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de usar redes sociais.
Nesta manhã, a Polícia Federal (PF) informou que pediu autorização do STF para ouvir o depoimento de Marcos do Val. O pedido para o depoimento do senador foi incluído no mesmo inquérito que investiga a participação de autoridades nos atos violentos do dia 8 de janeiro, em Brasília, e que resultou na prisão do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres.
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