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Mídia: temendo tragédia, Lula ouviu Exército e decidiu vetar entrada da PM em acampamentos no DF

© Folhapress / Marcos VidalDesmonte de acampamento golpista de apoiadores de Jair Bolsonaro em frente ao Comando Militar Leste, no centro da cidade do Rio de Janeiro, RJ, nesta segunda feira, 09 de janeiro de 2023
Desmonte de acampamento golpista de apoiadores de Jair Bolsonaro em frente ao Comando Militar Leste, no centro da cidade do Rio de Janeiro, RJ, nesta segunda feira, 09 de janeiro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 31.01.2023
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Logo após manifestantes serem retirados dos prédios dos três Poderes no último dia 8, houve um impasse entre Exército e integrantes da Polícia Militar sobre o desmonte dos acampamentos no DF. A problemática foi levada a Lula, que após receber outras informações ponderou e seguiu diretriz defendida pelos militares.
Com menos de um mês do ocorrido, detalhes sobre o dia 8 de janeiro, dia em que aconteceram as invasões em Brasília, ainda chegam à imprensa e ajudam a explicar o que aconteceu antes e logo após os atos.
Na noite do fatídico dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva queria que o acampamento de bolsonaristas fosse imediatamente desmontado e as pessoas presas, no entanto, o presidente teria sido alertado que uma operação dessa sem planejamento prévio, poderia resultar em conflitos e mortes.
De acordo com a Folha de São Paulo, Lula teria recebido mensagem do próprio Exército afirmando que havia pessoas armadas nos acampamentos, o que poderia culminar em uma tragédia se a ação da Polícia Militar para o desmonte e prisões acontecesse ainda naquela noite.
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A sequência dos fatos foi a seguinte: a Polícia Militar havia recebido ordem do interventor na segurança do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, para entrar na área militar e prender os manifestantes.
Entretanto, ao mesmo tempo, o Exército, sob o comando do general Gustavo Henrique Dutra, barrou o acesso dos policiais, posicionado três blindados Guarani e uma tropa de soldados em frente ao Setor Militar Urbano.
Dutra e Cappelli se encontraram então na Catedral Militar Rainha da Paz, em Brasília, logo após os bolsonaristas serem dispersados da Esplanada dos Ministérios e voltarem ao acampamento, no entanto, no encontro de emergência entre os dois não havia consenso do que fazer.
Com o impasse, Cappelli ligou para o ministro da Justiça, Flávio Dino, em busca de apoio para prender os manifestantes. Por sua vez, o general Dutra fez movimento semelhante e ligou para o general Gonçalves Dias, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, para argumentar que a melhor decisão seria realizar o desmonte na manhã do dia seguinte (9).
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Lula, que estava com Dias, recebeu o telefone e ouviu a interpretação do general Dutra sobre o que fazer com o caso. Com medo de uma tragédia, acabou acatando a sugestão do militar.
A mídia afirma que toda essa sequência de fatos ocorreu por volta das 21h00. Após a ligação, os ministros José Múcio Monteiro da Defesa; Rui Costa da Casa Civil e Flávio Dino foram ao Comando Militar do Planalto para discutir o assunto.
A reunião foi descrita, por participantes ouvidos pelo jornal, como tensa e com posições divergentes entre integrantes do governo. Por volta de meia-noite, as autoridades decidiram montar um plano para a retirada dos bolsonaristas na manhã de segunda-feira (9), conforme o aval de Lula e conforme foi feito.
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A conduta do Exército, que tolerou o acampamento desde a vitória eleitoral do petista, foi criticada por aliados do presidente por ser complacente com manifestantes radicais, uma vez que não desmontaram, desde aquele mês, a "morada" dos grupos em Brasília.
O general Dutra deve deixar o Comando Militar do Planalto em março, após o Alto Comando do Exército discutir as novas movimentações dos oficiais. Segundo a mídia, sua saída já estava acertada antes da demissão do ex-comandante Júlio César de Arruda e não tem relação direta com o acampamento.
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