Washington vai atrasar envio de tanques à Ucrânia por medo de ficar com má reputação, diz general

Riscos de perder seus tanques no campo de batalha forçarão os EUA a atrasar a anunciada entrega de tanques M1 Abrams à Ucrânia, disse o tenente-general Yevgeny Buzhinsky, ex-chefe do departamento de contratos internacionais do Ministério da Defesa da Federação da Rússia, à Sputnik.

"Os americanos têm medo dos riscos de reputação, no meu ponto de vista. Se esses tanques [M1 Abrams] forem queimados [e filmados] pelas câmeras na Ucrânia, então para os americanos não será muito bom em termos de venda de equipamentos. Deixe o Leopard 2 queimar, é melhor para eles", disse Buzhinsky.

O especialista acredita que, a esse respeito, o fornecimento de tanques americanos para a Ucrânia pode ser adiado até meados do próximo ano. O envio do M1 Abrams também enfrenta barreiras pela falta de uma base de reparos na Ucrânia, acrescentou.

Na semana passada, o governo alemão, após pressão dos aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), disse que transferiria Leopard 2 para a Ucrânia e permitiria o fornecimento de tanques alemães para outros países que os tenham. Em um primeiro estágio, a Alemanha planeja fornecer um lote de 14 Leopard 2 do tipo A6 das reservas do Bundeswehr, forças armadas alemãs.

Os Estados Unidos anunciaram o envio para a Ucrânia de um complexo de batalhões – 31 unidades – de tanques Abrams modernos de sua própria produção. Ao mesmo tempo, a Casa Branca especificou que a entrega de Abrams levará "muitos meses".

A Rússia enviou uma nota aos países da OTAN sobre o fornecimento de armas à Ucrânia. O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, observou que qualquer carga que contenha armas para a Ucrânia se tornará um alvo legítimo para a Rússia.

O Ministério das Relações Exteriores russo afirmou que os países da OTAN "estão brincando com fogo" ao fornecerem armas à Ucrânia. O porta-voz do presidente da Federação da Rússia, Dmitry Peskov, observou que o bombeamento da Ucrânia com armas pelo Ocidente não contribui para o sucesso das negociações russo-ucranianas e terá um efeito negativo.