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Marinha do Brasil assume controle do porta-aviões comprado pela Turquia citando 'prejuízo' ao Estado

© Folhapress / Antônio Gaudério O porta-aviões São Paulo, antes chamado Foch, chega à baía de Guanabara no Rio de Janeiro (RJ) (foto de arquivo)
 O porta-aviões São Paulo, antes chamado Foch, chega à baía de Guanabara no Rio de Janeiro (RJ) (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 21.01.2023
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Na noite de ontem (20), a Marinha anunciou que assumirá as operações do porta-aviões São Paulo, que está vagando há quatro meses em águas brasileiras, depois que foi rejeitado pela Turquia por motivos de risco ambiental.
Na nota divulgada, a Força Armada afirmou que assumiu o controle operacional para "preservar a segurança da navegação, danos a terceiros e ao meio ambiente", apontando que o navio representava "elevado risco [...], com possibilidade de encalhe, afundamento ou interdição do canal de acesso a porto nacional, com prejuízos de ordem logística, operacional e econômica ao Estado brasileiro", de acordo com o G1,
O comunicado também diz que o estaleiro turco Sok Denizcilik Tic Sti (Sök), dono do porta-aviões, "não teria efetivado as providências anteriormente determinadas pela AMB". "Cabe ressaltar que a Sok não deixou de ter responsabilidade pelo bem", afirma o comunicado. Mesmo assim, a força substituiu o rebocador do dono do navio, depois que a empresa apresentou "restrições logísticas" para a manutenção do reboque do mesmo.
No entanto, a Marinha não informa para onde o São Paulo está sendo levado, nem o que será feito com ele. Também não explica quem está pagando a operação, a partir do momento em que assumiu o controle do navio, relata a mídia.
Toda trajetória da embarcação – adquirida pelo estaleiro turco através de um polêmico leilão da Marinha em 2021 – é uma verdadeira "novela", que ganhou as manchetes em agosto do ano passado quando o porta-aviões começou a seguir às águas turcas e foi impedido de continuar sua jornada antes mesmo de passar pelo estreito de Gilbraltar.
O governo britânico, ao ser informado de que haveria 9,6 toneladas de amianto a bordo, proibiu sua passagem e dali o navio não conseguiu mais seguir seu rumo voltando ao Brasil. Na época, diversas ONGs e o próprio governo turco também rejeitaram a chegada do porta-aviões dizendo que poderia ocorrer um verdadeiro desastre ambiental.
O porta-aviões São Paulo, antes da Marinha do Brasil, deixa a baía de Guanabara pela última vez, em direção à Turquia, sendo puxado pelo rebocador holandês Alp Centre, em 4 de agosto de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 31.08.2022
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De promessa a sucata: que lição o Brasil pode tirar dos problemas com o porta-aviões São Paulo?
A embarcação chegou novamente às águas brasileiras e também pelo alto risco ambiental o governo de Pernambuco não deixou que o navio atracasse, ou seja, o porta-aviões ficou vagando por quatro meses, com o estaleiro turco ameaçando neste mês abandoná-lo por não ter mais recursos para manter o navio, que requer 20 toneladas diárias de combustível.
A mídia afirma que na manhã de ontem (20), a embarcação estava a cerca de 335 quilômetros do Porto de Suape (PE). Até quinta-feira (19), a distância do litoral era de 46 quilômetros.
O porta-aviões São Paulo, com 266 metros de comprimento e 32,8 mil toneladas, foi comprada da França pelo Brasil nos anos 2000 e navegou apenas 206 dias em águas brasileiras. Quando ainda pertencia a Paris, esteve em frentes de batalha na África, no Oriente Médio e na Europa.
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