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Especialistas: saída de Pelosi da presidência pode representar mudança entre democratas da Câmara

© AP Photo / Nathan HowardA presidente da Câmara, Nancy Pelosi, da Califórnia, fala com repórteres antes de assinar o PACT Act de 2022, durante cerimônia de inscrição do projeto de lei em Washington, 9 de agosto de 2022
A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, da Califórnia, fala com repórteres antes de assinar o PACT Act de 2022, durante cerimônia de inscrição do projeto de lei em Washington, 9 de agosto de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 03.01.2023
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A saída de Nancy Pelosi como líder dos democratas da Câmara pode sinalizar uma reorganização nas fileiras dos congressistas democratas, com membros mais jovens ganhando destaque, disseram especialistas à Sputnik.
O 118º Congresso dos EUA se reúne nesta terça-feira (3), com os democratas ocupando o Senado e os republicanos ocupando a Câmara como resultado da eleição de meio de mandato de novembro. O líder republicano da Câmara, Kevin McCarthy, está prestes a suceder Pelosi em uma votação de liderança no primeiro dia do novo Congresso, embora tenha enfrentado oposição de vários colegas que podem comprometer sua candidatura, devido à pequena maioria do partido na Câmara dos Representantes. Enquanto isso, no final de novembro, membros democratas da Câmara elegeram o congressista Hakeem Jeffries para liderar o partido na câmara baixa durante o novo Congresso. Embora Pelosi tenha decidido ceder a liderança, ela vai continuar representando São Francisco.
A carreira de Pelosi como legisladora se estende por 35 anos, durante os quais ela se tornou a primeira mulher eleita para servir como presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, em 2007, cargo que retomaria em 2019. Durante seu tempo como líder dos democratas da Câmara, ela liderou a aprovação do Affordable Care Act (também conhecido como "Obamacare"), impugnou o então presidente Donald Trump não uma, mas duas vezes e visitou Taiwan em 2022, apesar dos protestos do governo chinês, capitaneando uma crise diplomática entre Washington e Pequim.
"Há alguém que será — em algum lugar deste Congresso há uma mulher — futura presidente. Estou honrada em ser a primeira, mas só será uma boa conquista se eu não for a última", disse Pelosi na cerimônia de inauguração de seu retrato no Statuary Hall do Capitólio dos EUA, em dezembro, ao mesmo tempo em que reiterou seu compromisso de representar São Francisco no próximo Congresso.
Embora sua defesa do progresso a tornasse admirada por metade do país e odiada pela outra, poucos questionam seu sucesso como presidente da Câmara.
"Pelosi foi uma dos, senão o mais, influentes presidentes [da Câmara] da era moderna nos Estados Unidos. Tornar-se a primeira presidente foi uma conquista em si [...] mas também ajudou a aprovar grandes legislações, como o Affordable Care Act sob [a gestão] Obama e as principais leis promulgadas nos primeiros dois anos de [governo] Biden em questões desde mudança climática à infraestrutura", disse o professor de política em Birkbeck, Universidade de Londres, Robert Singh.
O prédio do Congresso dos EUA no Capitólio em Washington, DC - Sputnik Brasil, 1920, 03.01.2023
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Alguns críticos têm uma visão mais preconceituosa de Pelosi, vendo-a como uma infiltrada consumada de Washington e uma máquina política por excelência que deve seu sucesso ao sistema político do país.
"Não considero Nancy Pelosi uma figura política particularmente significativa. Ela é alguém medíocre que por acaso tem as conexões certas. Tudo o que ela conquistou é simplesmente uma questão de estar no lugar certo na hora certa", opinou o teórico e analista anarquista Keith Preston.
No entanto, o talento de Pelosi para a política interna foi útil em uma era de crescente polarização, onde muitas vezes ela teve que lutar em duas frentes: contra os republicanos do outro lado do corredor e também com elementos mais radicais dentro de seu próprio partido, como o "Esquadrão" — Alexandria Ocasio-Cortez, Ilhan Omar, Ayanna Pressley e Rashida Tlaib. Apesar disso, Pelosi conseguiu atingir um nível impressionante de unidade partidária. Para além disso, sua partida como presidente pode significar o fim de uma era e o início de outra.
"Isso parece sugerir uma mudança de guarda, com uma mudança geracional na liderança, que provavelmente consolidará a influência da esquerda sobre o partido no Congresso — algo que provavelmente fará um acordo bipartidário, seja sob Biden ou um presidente republicano, mesmo mais difícil de alcançar", observou Singh.
Preston, por sua vez, acha que é improvável que haja uma mudança na política legislativa dos democratas da Câmara sob a nova liderança.
"Também parece que uma geração mais jovem de democratas pode estar assumindo papéis de liderança mais significativos. É duvidoso que haja qualquer mudança básica na agenda legislativa dos democratas, que está sujeita a uma série de interesses de doadores e lobistas. E o mesmo modelo contemporâneo da política partidária provavelmente continuará inabalável", concluiu.
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