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'Corrida do ouro' chega aos bancos centrais e movimenta 400 toneladas no 3º trimestre de 2022

© Sputnik / Ilya Naimushin / Acessar o banco de imagensBarras de ouro com 99,99% de pureza na fábrica de metais não ferrosos de Krasnoiarsk, na Rússia
Barras de ouro com 99,99% de pureza na fábrica de metais não ferrosos de Krasnoiarsk, na Rússia - Sputnik Brasil, 1920, 02.01.2023
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A aquisição de ouro pelos bancos centrais disparou durante o último trimestre de 2022. Segundo dados do Conselho Mundial do Ouro (WGC, na sigla em inglês), só no terceiro trimestre de 2022, as entidades bancárias compraram cerca de 400 toneladas do metal precioso.
O número, conforme informado pelo WGC, constitui um recorde trimestral e representa um aumento de mais de 300% na compra de ouro em relação ao ano passado, revelando um verdadeiro "boom" na compra de ouro por parte dos bancos centrais na tentativa de impedir uma possível recessão em 2023.
Segundo o coordenador do Laboratório de Análise em Comércio, Economia e Negócios (LACEN) da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), José Ignacio Martínez Cortés, o fato de os países apostarem no aumento de suas reservas de ouro anda de mãos dadas com a política monetária que o Banco Central dos Estados Unidos tem aplicado para controlar sua inflação e que consiste basicamente em elevar a taxa de juros.
Em entrevista à Sputnik, o especialista destacou que a política restritiva do Federal Reserve (Fed) tem gerado, simultaneamente, a desvalorização do dólar, que, explica, tem provocado um movimento na cesta de outras moedas, o que afeta a aquisição do metal.
"[A aquisição de ouro] serve para sustentar sua economia em torno de um forte choque que pode ocorrer nos Estados Unidos diante de uma possível recessão global sincronizada. Não são menores os bancos centrais que estão aumentando suas reservas de ouro, levando em conta que os principais países com essas reservas são a Rússia e a Austrália", disse ele.
De acordo com Martínez Cortés, Egito, Índia e Turquia estão entre os países que demonstraram maior interesse em ampliar suas reservas de metais. O que, segundo o especialista, é uma medida preventiva contra a desvalorização de suas moedas pelo próximo ano.
Ele explicou ainda que a política restritiva dos EUA afeta principalmente as economias emergentes.
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"É aí que eles estão escorregando diante de uma possível desvalorização de suas moedas em relação ao dólar", afirmou.
De acordo com um artigo do Financial Times, o aumento da compra de ouro pelos bancos centrais sugere um sentimento de "incerteza geopolítica" no contexto do conflito na Europa e após o congelamento das reservas em dólares da Rússia por parte dos Estados Unidos e outros países da União Europeia.
O chefe de pesquisa da Julius Baer, Carsten Menke, ​​citado pela mídia britânica, considera que as compras da Rússia e da China indicam uma resistência crescente dos países em depender do dólar. "A mensagem que os bancos centrais passam, ao colocar mais reservas em ouro, é que não querem ficar dependentes do dólar", explicou o especialista.
O Financial Times aponta que, nos próximos meses, vai ser revelado se a compra recorde de ouro pelos bancos centrais foi "um impulso oportunista ou uma mudança mais estrutural".
O preço do ouro pode chegar a US$ 4.000 (cerca de R$ 21.440) a onça até 2023. Essa volatilidade do mercado prevista pelo diretor administrativo e diretor de investimentos da Swiss Asia Capital, Juerg Kiener, se deve ao aumento esperado nas taxas de juros, bem como a uma recessão geral nos mercados. O especialista sugere que novos recordes serão quebrados no ano que vem.
Kiener observou que recentemente os investidores também devem prestar atenção a esse metal porque a inflação continua alta em muitas partes do mundo. "O ouro é uma boa cobertura contra a inflação, uma grande captura durante a estagflação e uma grande adição a uma carteira", disse o especialista.
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