Alemanha gasta mais gás que o planejado, relata mídia

O país europeu pode não ter as reservas de gás necessárias para passar o inverno europeu todo, depois que o consumo aumentou mais que o esperado.

O mês de dezembro de 2022 pode ser o mais frio dos últimos dez anos, o que está preocupando as autoridades alemãs, que instam a população a economizar mais combustível, segundo artigo de sexta-feira (16) do jornal alemão Die Welt.

Só nesta semana, as muito baixas temperaturas na Alemanha fizeram com que as metas de economia de gás do país não fossem atingidas, com a mídia informando que as reservas caíram mais de 1% em um dia. Desta forma, os alemães têm consumido 14% a mais gás nesta semana do que na semana passada.

De acordo com o Die Welt, se as temperaturas continuarem baixando, será ainda mais difícil cumprir o plano de economia de gás, pois tanto as famílias, como a indústria e as usinas nucleares francesas, que importam gás da Alemanha, consomem juntos muito gás em excesso.

Klaus Muller, chefe da Agência Federal de Redes da Alemanha, disse, no entanto, que um déficit de gás está "muito, muito longe". Em teoria, as reservas de gás durariam mais de 90 dias se a alta taxa de extração de um ponto porcentual por dia fosse mantida, mas se o frio se intensificar e a temperatura cair ainda mais, os volumes de consumo aumentarão e as reservas seriam suficientes apenas para 45 dias.

"Podemos suportar uma, duas, três semanas frias, mas não pode continuar assim em janeiro e fevereiro", deixou claro Muller.

No entanto, a atual estação do inverno europeu não é considerada tão preocupante quanto o inverno de 2023-2024, pois uma grande parte do gás que foi armazenado é russa. Devido às explosões nos gasodutos Nord Stream 1 (Corrente do Norte 1) e Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2), que cortaram a rota mais conveniente de fornecimento de gás da Rússia, a Alemanha está agora dependente de importações da Noruega e do transporte de gás natural liquefeito.

O país europeu, junto com o resto do continente, tem tomado várias medidas de poupança de energia após o anúncio do embargo petrolífero contra a Rússia, que começou em 5 de dezembro, e após os cortes de gás russos, em meio ao começo da operação militar especial russa na Ucrânia. Como resultado da guerra econômica, as taxas de inflação subiram e as de crescimento foram rebaixadas para vários países europeus neste ano e no próximo.