Ao cair em 'pegadinha', presidente da Polônia diz que 'não procura guerra com a Rússia'

Embora os Estados Unidos, a OTAN e a Polônia já tenham concluído que o míssil que atingiu a Polônia não foi disparado pela Rússia, a liderança ucraniana continua a culpar Moscou.

O presidente da Polônia, Andrzej Duda, confessou que não quer iniciar uma guerra com a Rússia após o recente incidente envolvendo um míssil que atingiu o território polonês.

Duda declarou seu posicionamento durante uma conversa por telefone com a dupla russa de trotes Vovan e Lexus, que conseguiu enganar o líder fazendo-o pensar que ele estava conversando com o presidente francês Emmanuel Macron.

"Você acha que preciso de uma guerra com a Rússia? Não, eu não quero isso. Não quero uma guerra com a Rússia e sou muito cuidadoso, acredite, muito cuidadoso", disse Duda, acrescentando que não cogitou invocar o Artigo 5 do Tratado da OTAN.

As afirmações de Duda acontecem após um míssil cair em território polonês e matar dois fazendeiros locais no dia 15 de novembro. Embora os relatórios iniciais sugerissem que havia dois mísseis, as autoridades polonesas confirmaram posteriormente que havia apenas um e que o mesmo não era russo.

Na época, a AP News foi rápida em relatar – citando um "alto funcionário da inteligência dos EUA" não identificado – que "mísseis russos cruzaram a Polônia, membro da OTAN". Ontem (21), a jornalista que noticiou o incidente desta forma foi demitida, conforme noticiado.

Entretanto, os Estados Unidos e a Aliança Atlântica finalmente concluíram que o míssil não foi disparado por Moscou, enquanto Duda disse que o míssil provavelmente se originou da Ucrânia.

Durante sua conversa com Vovan e Lexus, Duda também destacou que o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, continua culpando a Rússia pelo incidente.

"Ele [Zelensky] diz que eles estão completamente certos de que foi um míssil russo lançado por russos, e que não poderia ter sido um lançamento de míssil ucraniano", acrescentou.

Embora Kiev tenha sido rápida em culpar a Rússia pelo ocorrido, não forneceu nenhuma evidência que respaldasse tais alegações.