Lula concede coletiva à imprensa em São Paulo

Presidenciável listou feitos de seus dois mandatos presidenciais, enfatizou a necessidade de retomar a política externa e disse que seu adversário, Jair Bolsonaro, mentiu sobre dados do desemprego no debate da última sexta-feira (28).

O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu, na tarde deste sábado (29), uma entrevista coletiva à imprensa em São Paulo.

Acompanhado de seu vice na chapa, Geraldo Alckmin, do candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT), da ex-ministra Marina Silva e do ex-presidente do Uruguai José Mujica, Lula listou feitos de seus dois mandatos presidenciais e enfatizou a necessidade de retomar a política externa do país.

"Não existe nenhum país do mundo hoje isolado como o Brasil está isolado. Esse país, que eu peguei na décima terceira economia do mundo, levamos para a sétima e sexta economia do mundo, esse país voltou à décima terceira economia e tem menos relações internacionais do que Cuba, que tem um bloqueio", disse Lula.

Ele citou ainda o debate presidencial da última sexta-feira (28), afirmando que seu adversário, Jair Bolsonaro (PL), mentiu ao citar dados do desemprego.

"Ontem ele tinha falado [no debate] que tinha criado 16 milhões de empregos. Eu disse para ele que ele estava mentindo. Porque ele tinha mudado a sistemática [de medição de dados] de emprego. O desemprego e emprego eram medidos no Brasil por uma instituição chamada CAGED, do Ministério do Trabalho, que contabilizava o trabalhador que era contratado, o que era demitido e o saldo era a quantidade de emprego que se gerava nesse país", disse Lula.

"Eles mudaram a regra, e colocaram o MEI [Microempreendedor Individual] como se fosse o trabalhador registrado em carteira profissional. Eu disse que ele estava errado, que não podia colocar o MEI como essa relação capital e trabalho, empregado e empregador, porque não existe", acrescentou o presidenciável, destacando ainda que o MEI foi criado em sua gestão.

Lula também foi questionado sobre se acredita na declaração de Bolsonaro sobre aceitar o resultado das urnas no pleito de domingo (30).

"Eu disputei muitas eleições. Quem perde, vai para casa lamentar; e quem ganha, vai festejar. É isso, é simples. Nós só temos um caso, do presidente [João] Figueiredo, que não quis ir passar a faixa para o [José] Sarney. Mas isso é o de menos. Eu, se for necessário, recebo a faixa do povo brasileiro", respondeu Lula.

"Agora, se ele for educado, civilizado, for um cidadão do século XXI, ele simplesmente reconhece, telefona para o vitorioso. Nós vamos propor montar uma equipe para fazer a transição, espero que ele faça a transição, para que a gente conheça o que tem dentro. E, quando for dia 1º de janeiro, ele fala 'Tchau', vai embora e eu entro. É simples assim, aconteceu comigo, com outras pessoas. Não tem dificuldade, não tem de fazer curso", acrescentou o presidenciável.