Putin declara lei marcial nas RPD e RPL e nas regiões de Zaporozhie e Kherson (VÍDEOS)

Durante reunião com o Conselho de Segurança da Rússia nesta quarta-feira (19), o presidente Vladimir Putin declarou lei marcial em algumas regiões do país.

O presidente russo anunciou a lei marcial nas regiões de Kherson e Zaporozhie, bem como nas repúblicas de Lugansk e Donetsk.

A lei marcial em Lugansk, Donetsk e nas regiões de Zaporozhie e Kherson entra em vigor nesta quinta-feira (20).

"Considerando que contra a integridade do território russo está sendo usada a força armada, conforme a parte 2 do artigo 87 da Constituição russa e os artigos 3 e 4 da Lei Constitucional Federal de 30 de janeiro de 2002, n.º 1-FKZ, sobre a lei marcial, decreto introduzir a lei marcial a partir das zero horas do dia 20 de outubro de 2022 nos territórios da República Popular de Donetsk, República Popular de Lugansk e regiões de Zaporozhie e Kherson", declarou Putin.

O decreto sobre a introdução da lei marcial nas quatro novas regiões da Rússia será enviado imediatamente para aprovação pelo Conselho da Federação.

"O decreto será imediatamente enviado para aprovação pelo Conselho da Federação da Assembleia Federal da Rússia. Ele entrará em vigor no dia de sua publicação oficial", segundo comunicado.

Putin também introduziu o nível intermediário de resposta nas regiões fronteiriças com a Ucrânia, bem como com os novos territórios, sendo elas as regiões da Crimeia, Sevastopol, Krasnodar, Belgorod, Bryansk, Voronezh, Kursk e Rostov.

De acordo com o presidente russo, serão atribuídos poderes adicionais aos líderes destas regiões.

"Nós trabalharemos duramente e de forma constante e ritmada, mas há uma necessidade adicional de coordenação e concentração de nossos esforços nas áreas prioritárias mais importantes. Isso é necessário, faremos isso, conto com o apoio de vocês", declarou o presidente.

Putin também afirmou que é necessário criar defesa territorial nestas regiões russas.

O decreto presidencial conterá diferentes níveis de respostas aos riscos de segurança emergentes.

Além disso, Putin anunciou a criação de um conselho de coordenação no governo, que será liderado pelo premiê Mishustin.

O líder russo destacou que todos estão trabalhando na resolução das principais tarefas de segurança.

Putin ainda ressaltou que a situação no mundo muda de forma dinâmica, incluindo na área da migração, e é necessário responder a todas estas mudanças.

"A situação no mundo está mudando de forma dinâmica, surgem novos fatos globais e regionais que afetam a esfera migratória, e precisamos responder de maneira rápida e eficaz a estas mudanças, aperfeiçoar nosso trabalho com base em uma análise exaustiva das novas realidades", ressaltou.

Ao falar sobre a situação na Ucrânia, Putin ressaltou que o regime de Kiev recusou quaisquer negociações, continuando com seus bombardeios contra as novas regiões russas, inclusive usando métodos terroristas.

"O regime de Kiev, como vocês sabem, se recusou a reconhecer a vontade popular, rejeitando quaisquer negociações. Em vez disso, continuaram com os bombardeios e civis estão morrendo", destacou Putin.

"Os neonazistas usam deliberadamente métodos terroristas: sabotagens contra instalações críticas, e organizando tentativas de assassinar representantes das autoridades regionais", adicionou.

Em 24 de fevereiro de 2022, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou o início de uma operação militar especial para desmilitarização e desnazificação da Ucrânia.

Durante a operação, o Exército russo, junto com as forças das repúblicas de Donetsk e Lugansk, libertou completamente a República Popular de Lugansk e uma parte significativa da república de Donetsk, inclusive Volnovakha, Mariupol e Svyatogorsk, bem como toda a região de Kherson, áreas de Zaporozhie junto do mar de Azov e uma parte da região de Carcóvia.

De 23 a 27 de setembro, a RPD, RPL e as regiões de Kherson e Zaporozhie realizaram referendos sobre a adesão à Federação da Rússia, com a maioria da população votando a favor. Em 30 de setembro, durante uma cerimônia no Kremlin, o presidente russo assinou os acordos sobre a integração das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk e regiões de Kherson e Zaporozhie à Rússia. Após aprovação por ambas as câmaras do parlamento russo, os acordos foram ratificados por Putin no dia 5 de outubro.