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Tecnologia norte-americana tem impulsionado programa de mísseis hipersônicos da China, diz mídia

Míssil hipersônico (imagem referencial) - Sputnik Brasil, 1920, 17.10.2022
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Grupos de pesquisa militar na vanguarda dos programas de mísseis e hipersônicos da China estão comprando tecnologia norte-americana especializada, incluindo produtos de empresas com contratos milionários com o Pentágono, revelou uma investigação do Washington Post (WP).
De acordo com matéria do WP, produtos de software avançados têm sido adquiridos por organizações militares por meio de empresas chinesas privadas que os vendem, apesar dos controles de exportação dos EUA projetados para impedir vendas ou revendas, a entidades estrangeiras consideradas uma ameaça à segurança nacional dos EUA.
Algumas das empresas norte-americanas cujos produtos estão chegando a grupos de pesquisa militar chineses foram beneficiárias de subsídios do Departamento de Defesa para estimular inovações de ponta, de acordo com um banco de dados do programa federal.
"É muito perturbador, porque o resultado final é que a tecnologia que pode ser usada para hipersônicos militares foi financiada pelos contribuintes dos EUA, através do governo dos EUA, e acabou na China", disse Iain Boyd, diretor do Centro de Iniciativas de Segurança Nacional na Universidade do Colorado em Boulder, que realiza pesquisas experimentais sobre hipersônicos.
Segundo a mídia, foram mapeadas mais de 300 vendas desde 2019 de tecnologia de origem dos EUA para dezenas de entidades envolvidas nos programas hipersônicos ou de mísseis da China. Além disso, a equipe de reportagens ouviu seis cientistas chineses, sob anonimato, que trabalham em laboratórios militares e universidades, que descreveram o acesso quase irrestrito à tecnologia americana com aplicações em projetos e testes de mísseis.
A tecnologia hipersônica é capaz de impulsionar mísseis a mais de cinco vezes a velocidade do som e potencialmente escapar dos sistemas de defesas antimísseis atuais. Autoridades do Pentágono disseram que os Estados Unidos e a China estão travando uma corrida armamentista para desenvolver as armas hipersônicas mais potentes.
Lançamento de míssil hipersônico antinavio - Sputnik Brasil, 1920, 13.10.2022
Sensores dos EUA são incapazes de rastrear mísseis hipersônicos da Rússia e China, alerta relatório
Para construir um míssil hipersônico, os cientistas precisam resolver problemas de física avançada relacionados ao voo de mísseis. Testes em túnel de vento e lançamentos ao vivo, como um altamente divulgado pela China em 2021, são extremamente caros. O uso de software comercial norte-americano, resultado de anos, e às vezes décadas, de pesquisa e desenvolvimento, minimiza o tempo e os recursos necessários para esses testes, disseram cientistas chineses ao WP.
A tecnologia que está sendo adquirida inclui várias formas de software de engenharia auxiliado por computador, como software de aeroelasticidade, que pode ser usado para simular e analisar as condições físicas extremas experimentadas por veículos aéreos e permite que os cientistas testem projetos virtualmente sem depender apenas de testes mais caros.
Usando bancos de dados de compras do governo chinês e outros documentos contratuais, o Post identificou quase 50 empresas dos EUA cujos produtos foram vendidos por meio de intermediários desde 2019 para grupos militares chineses que trabalham com tecnologia de mísseis. O software de simulação aerodinâmica de duas empresas — Zona Technology, com sede no Arizona, e Metacomp Technologies, com sede na Califórnia — foi vendido por meio de revendedores para a Academia Chinesa de Aerodinâmica Aeroespacial (CAAA, na sigla em inglês), conforme solicitação de contrato e documentos de concessão. A CAAA foi fundamental no projeto do teste de mísseis hipersônicos da China em 2021, de acordo com dois cientistas militares chineses familiarizados com o programa.
O teste, que enviou um veículo hipersônico voando ao redor da Terra, chocou os responsáveis militares e de inteligência dos EUA e levou o presidente do Estado-Maior Conjunto, o general Mark A. Milley, a chamá-lo de "muito próximo" de um "momento Sputnik."
Nos últimos anos, a China fez rápidos avanços na tecnologia de mísseis, parte de um esforço nacional mais amplo para construir uma força "militar de classe mundial" no mesmo nível das principais potências militares, como os Estados Unidos, até 2049, o centenário da República Popular da China.
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