Liz Truss luta pela sobrevivência, diz jornal britânico

Primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss se reunirá com parlamentares conservadores ao longo da semana em um esforço para reforçar sua posição após reviravoltas nos impostos.

Liz Truss está lutando por sua sobrevivência política, com parlamentares conservadores ameaçando derrubá-la e até aliados alertando que ela tem apenas alguns dias para mudar de posição, escreve o jornal The Guardian.

A primeira-ministra tentará fortalecer seu apoio reunindo seus ministros e depois embarcando em uma série de reuniões com parlamentares conservadores.

A nova crise em seu governo foi deflagrada após o anúncio do novo plano fiscal, com cortes nos gastos públicos e aumento dos impostos.

A publicação sustenta que ministros esperam pela abertura dos mercados na segunda-feira (17) para saber se a decisão de Truss de demitir Kwasi Kwarteng do cargo de ministro das Finanças será suficiente.

Kwasi Kwarteng foi demitido depois do anúncio do controverso plano de cortes de impostos para grandes corporações, o que desencadeou uma reação negativa tanto dos mercados quanto do público em geral.

Kwarteng, que foi demitido de seu cargo apenas três semanas após sua nomeação, foi substituído por Jeremy Hunt. O veterano parlamentar conservador Crispin Blunt foi o primeiro a ir a público pedir a renúncia de Truss, dizendo que não achava que a primeira-ministra poderia sobreviver à crise atual.

Uma ala do seu partido teme que a rejeição à primeira-ministra possa impactar alguns candidatos que concorrem na eleição geral, que ocorre nos próximos 18 meses. "Teremos que tomar algumas decisões muito difíceis, tanto em gastos quanto em impostos", admitiu Crispin Blunt.

"Os gastos não vão aumentar tanto quanto as pessoas esperavam, e, de fato, teremos que pedir a todos os departamentos do governo que encontrem mais eficiência do que o planejado. Os impostos não vão cair tão rapidamente quanto as pessoas pensavam e alguns impostos vão subir", comentou.

Fontes do Tesouro admitiram que mesmo os gastos com defesa, que Truss havia prometido aumentar em 3% do PIB, e com o serviço de saúde enfrentariam cortes.