EUA analisam pedido do Haiti para assistência de segurança; ativistas locais criticam solicitação

Apesar de o governo haitiano entrar em contato com Washington para pedir ajuda, grupo de intelectuais e ativistas locais classificaram a solicitação como uma "traição" que pode atrasar as negociações de paz.

Os Estados Unidos disseram neste sábado (8) que estão analisando um pedido de apoio internacional do Haiti, uma vez que o país diz estar buscando uma "Força Armada especializada" para lidar com uma crise causada pelo bloqueio do principal porto de combustível do país, segundo a Reuters.

"Nesse contexto, revisaremos a solicitação do governo do Haiti em coordenação com parceiros internacionais e determinaremos como podemos aumentar nosso apoio para ajudar a lidar com a escassez de combustível e as restrições de segurança do Haiti", afirmou os EUA em comunicado.

O Departamento de Estado dos EUA também acrescentou que os criminosos estão minando os esforços do Haiti para deter a propagação da cólera.

Porém, o Acordo de Montana, um grupo de intelectuais e ativistas haitianos que tem criticado fortemente o primeiro-ministro, Ariel Henry, descreveu seu pedido como um ato de traição e disse que as tropas estrangeiras só piorariam as coisas.

"A história nos ensina que nenhuma força estrangeira jamais resolveu os problemas de qualquer povo na terra. É nossa força policial haitiana que terá a capacidade de resolver de uma vez por todas os problemas de insegurança que os haitianos estão enfrentando", disse o Acordo de Montana em um comunicado, acrescentando que o Haiti precisa de apoio para sua força policial.

O Haiti parou desde que uma coalizão de gangues bloqueou o terminal de combustível de Varreux no mês passado, conforme noticiado. A falta de gás e diesel prejudicou o transporte e forçou empresas e hospitais a interromper as operações.

Entretanto, mesmo dizendo que vai avaliar o pedido, Washington não ofereceu detalhes sobre como pode ajudar o Haiti a lidar com suas restrições de segurança.