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Eleições na Itália podem dividir União Europeia, diz analista

© AFP 2023 / Andreas SolaroLíder do partido italiano da extrema direita Irmãos de Itália, Giorgia Meloni, 23 de setembro de 2022
Líder do partido italiano da extrema direita Irmãos de Itália, Giorgia Meloni, 23 de setembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 25.09.2022
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Hoje na Itália estão em pleno andamento as eleições legislativas. Os seus resultados ameaçam decepcionar em muito o establishment europeu, já que são as forças da direita radical que têm mais chances de vencer, diz analista da Sputnik Irina Alksnis.
O partido Irmãos de Itália possui o rating mais alto – cerca de 25%. O partido é liderado por Giorgia Meloni, que tem sérias chances de se tornar a primeira primeira-ministra na história do país.
É de salientar que até o fim de 2010 o partido recebia nas eleições resultados mínimos, sem ter obtido nenhum lugar parlamentar. Apenas em 2018 os Irmãos de Itália acabaram por conquistar assentos no parlamento ao receberem 4,3% dos votos. Já no ano seguinte obtiveram 6,4 dos votos nas eleições para o Parlamento Europeu. Agora, passados apenas três anos, conforme os analistas, até uma quarta parte dos eleitores pode vir a votar no partido.
Além disso, junto com os ratings de outros partidos aliados – a Liga (de Matteo Salvini) e Força Itália (de Silvio Berlusconi) – a coalizão de direita pode obter mais de 45% dos votos.
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Os seus adversários, de centro-esquerda, apenas podem contar com 28% dos votos.
Conforme a analista, Bruxelas aparentemente está muito decepcionada com as previsões mencionadas. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao discursar na Universidade de Princeton, pronunciou palavras bastante provocativas.
"Vamos ver o resultado da votação na Itália. Eleições também foram realizadas na Suécia. Se as coisas forem em uma direção difícil, nós temos ferramentas, como foi no caso com a Polônia e a Hungria", afirmou Ursula von der Leyen.
Tais declarações certamente representam uma ameaça à sociedade italiana, se ela ousar votar "de maneira errada", com forças políticas "incorretas" assumindo o poder no país.
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Em todo o caso, as palavras de Von der Leyen provocaram um escândalo enorme, enquanto Matteo Salvini exigiu que ela respeitasse "a voz do livre, democrático e soberano povo italiano".
Uma declaração flagrantemente não profissional demonstra o enfraquecimento das posições de Bruxelas e de todo o establishment europeu pró-norte-americano. Há seis meses, a Rússia testemunhava, inicialmente com certa ansiedade, depois com uma espécie de escárnio como a Europa se uniu perante a "agressão russa", começando atirar nos seus próprios pulmões. Quase todos os países do Velho Continente embarcaram em políticas antirrussas, absurdas no seu radicalismo, o que levou inevitavelmente à destruição do seu próprio setor energético, indústrias e da economia em geral, além da esfera social.
A Hungria se tornou praticamente a única exceção. O país, apesar de não fazer grandes declarações e movimentos bruscos, seguiu mantendo sua linha em defesa dos interesses nacionais, estreitamente ligados à cooperação com Moscou, pelo menos no setor energético.
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Ao mesmo tempo, só podemos adivinhar o que fez com que as elites industrias da Europa Ocidental, especialmente da Alemanha, concordassem com políticas totalmente prejudiciais para os seus países. Pode ser que tenham contado com um colapso rápido da economia russa sob pressão das sanções "infernais". Contudo, como ficou cada vez mais óbvio com o passar do tempo, tais erros da Europa acabaram por ser fatais.
A retórica das entidades oficiais e meios de comunicação está se tornando cada vez mais alarmista em relação ao inverno energético e econômico-social que está atualmente se aproximando da Europa. Mesmo assim, todos os apelos mais sonantes para "voltar para trás" enfrentam uma forte resistência por parte do establishment liberal, influenciado pelos Estados Unidos da América.
Em certos casos, as autoridades incumbentes conseguem se livrar das figuras indesejáveis recorrendo a métodos sujos e imorais, como foi no caso do ex-chanceler austríaco Sebastian Kurz e da ex-ministra das Relações Exteriores austríaca Karin Kneissl. Entretanto, quanto ao famoso Viktor Orbán, já há vários anos que não conseguem fazer nada contra o político.
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O mesmo diz respeito às autoridades polonesas que, apesar de serem absolutamente russófobas, perseguem políticas independentes da União Europeia.
Quanto à pressão sobre um país "renegado", Bruxelas aplica algumas ferramentas eficazes. Assim, na sua declaração em Princeton, Von der Leyen de fato ameaçou a Itália com sanções financeiras e cortes no apoio de Bruxelas. Hoje em dia, é apenas a Hungria que se encontra perante tal ameaça perturbadora.
Em geral, a União Europeia segue funcionando sob o princípio de consenso, o que prevê a tomada de decisões unânimes. Não é de surpreender que no bloco soem cada vez mais ideias sobre a necessidade de abdicar de tal princípio a favor de tomada de decisões com base na opinião da maioria.
Tais reformas são bastante atuais, visto que as populações dos países europeus começam a se aperceber da profundidade do precipício para que são empurradas por causa das ações das autoridades nacionais e de Bruxelas. Nesse contexto, tornam-se quase inevitáveis as mudanças na opinião pública, não falando de protestos em massa e votações a favor de forças políticas mal vistas em Bruxelas.
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Assim, os chamados renegados, liderados pela Hungria, deixaram por completo de esconder o seu posicionamento não aprovado pelo Ocidente e declaram cada vez mais alto que não estão disponíveis para prejudicar seus próprios interesses em benefício da "solidariedade europeia".
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