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Jornalista chileno ferido em Donbass à Sputnik: Kiev tenta 'matar maior número de pessoas possível'

© Foto / Acervo pessoal / Alejandro KirkJornalista chileno Alejandro Kirk foi ferido após ataque ucraniano em Donbass
Jornalista chileno Alejandro Kirk foi ferido após ataque ucraniano em Donbass - Sputnik Brasil, 1920, 19.09.2022
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"Aqueles que ainda estão aqui sabem que um projétil ucraniano pode cair a qualquer hora e em qualquer lugar. São ataques punitivos: punem pessoas comuns apenas por viverem aqui", disse Alejandro Kirk, enviado especial das emissoras teleSUR e HispanTV, em entrevista à Sputnik nesta segunda-feira (19). Ele foi ferido durante um ataque em Donbass.
"No sábado, dia 17, por volta de 12h00, ouvimos algumas explosões no Centro da cidade. Como tantas outras vezes, com outros colegas, corremos para denunciar. Chegando na Praça Lenin, a praça central daqui, ouvimos outro estrondo ali perto e vi um caminhão pegando fogo", narrou Kirk. "Aproximei-me do caminhão para buscar um ângulo mais verídico, mais informativo. Havia duas pessoas dentro do veículo. Pela experiência, achei que outro projétil não chegaria ao mesmo local, mas me enganei", completou.
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Ele relatou ter ouvido o típico zunido de projéteis de 155 milímetros e a explosão alguns metros ao norte, na avenida Artyom, exatamente onde os ônibus passam.
Contou que virou a câmera e conseguiu ver o sinalizador, logo em seguida sentindo um impacto no ombro direito.

"Sem barulho ou dor. Também no olho direito, minha visão estava turva. Fiquei gravando, liguei para meus colegas, e descobrimos que a ferida sangrava muito. O olho também sangrava. Tirei os óculos escuros e encontrei uma perfuração", detalhou, acrescentando que o acessório salvou a sua visão.

Ele elogiou a atuação dos médicos da República Popular de Donetsk (RPD), classificando o atendimento de "exemplar".

"Ninguém nunca me pediu papéis ou me perguntou se eu tinha que pagar. Para mim é uma experiência viva de que a saúde pública, que não depende de quem você é ou de quanto dinheiro você tem, onde prevalece a humanidade, e não os negócios, é um dos legados mais importantes do sistema soviético e ainda vigora nesta república. Aliás, o mesmo hospital em que fui tratado também foi alvo de ataques de artilharia. Um deles eu mesmo cobri, e fiz uma reportagem do local com os restos de um míssil ucraniano caído, no portão da maternidade."

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Ele detalhou que o impacto do projétil (de apenas alguns milímetros) foi tanto que fez um buraco de cerca de uma polegada de diâmetro no ombro direito, que causou uma fratura na costela a 15 centímetros do rosto e pescoço e a 25 centímetros do coração.

"A costela salvou o pulmão, e os óculos escuros, o olho. É muita sorte, não é? Portanto é inevitável pensar no que poderia facilmente ter acontecido e o que de fato acontece com muitas pessoas todos os dias em Donetsk: que elas não têm a mesma sorte e os estilhaços as matam. Pessoas andando com sua sacola de compras, uma menina saindo da aula de dança, uma cozinheira fazendo o almoço para as crianças, uma mulher caminhando para o lado, ela esqueceu alguma coisa e parou, uma senhora vindo do trabalho. São pessoas que eu vi e das quais fiz relatos na época. Por isso o meu pensamento se dirige sempre a essas pessoas, que se tornaram alvos fáceis de aniquilar impunemente. Acho que isso tem a intenção de criar terror, forçar a população a deixar suas casas, sentir-se permanentemente ameaçada. Todas as pessoas nesta cidade sabem que quando você sai, é provável que não volte. Por isso, ao consultá-las, praticamente todas exigem mais vigor na operação militar", finalizou, acrescentando que os ataques têm o objetivo de "matar o maior número de pessoas possível".

Desde 24 de fevereiro, a Rússia tem conduzido uma operação militar especial para desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou como seu objetivo "defender as pessoas que ao longo de oito anos têm sofrido intimidações e genocídio por parte do regime de Kiev".
Segundo o líder russo, o objetivo final da operação é libertar Donbass e criar condições que garantam a segurança da própria Rússia, em resposta ao avanço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
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