Diplomata russo compara EUA a 'caubói míope' devido a sanções inócuas contra Moscou

Os Estados Unidos, após a introdução de outro pacote de sanções contra a Rússia, se assemelham a um caubói com dificuldades de visão, que "salta em círculos e atira sem distinguir os alvos", disse Anatoly Antonov, embaixador russo em Washington.

Suas palavras foram divulgadas pela missão diplomática na rede social VK nesta quinta-feira (15).

"A impressão é que o governo, sem saber como chamar a atenção para suas limitações, está galopando como um caubói míope e atira sem distinguir os alvos", disse Antonov.

O embaixador destacou o caráter "caótico" do próximo pacote de restrições dos EUA, bem como o fato de Washington, ao introduzir tais restrições, contrariar suas próprias declarações.

Segundo Antonov, a "teimosia" dos Estados Unidos, que continua a desenrolar a espiral das sanções, já não surpreende ninguém.

"As autoridades norte-americanas se recusam a admitir que medidas unilaterais ilegítimas não são capazes de atingir seus objetivos declarados. Ao contrário, atingem os interesses dos próprios Estados Unidos, as perspectivas de restauração da economia global", acrescentou o diplomata russo.

Em conclusão, ele enfatizou que as restrições americanas não são capazes de influenciar as abordagens e posições de Moscou.

"Elas só levarão a um aumento no congelamento do diálogo bilateral. Não será possível isolar a Rússia com sanções. Um bom exemplo disso é a agenda lotada de reuniões internacionais de Vladimir Putin em Samarcanda na cúpula da Organização de Cooperação de Xangai [SCO, na sigla em inglês]", resumiu o chefe da missão diplomática.

No dia anterior, o Departamento do Tesouro dos EUA adicionou mais de 40 pessoas físicas e cerca de 30 pessoas jurídicas da Rússia à sua lista de sanções. A agência também ampliou as restrições de exportação em Moscou e Minsk.

Desde 24 de fevereiro, a Rússia realiza uma operação militar especial para desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia, atendendo ao pedido das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk (RPD e RPL) após a intensificação do ataque das tropas ucranianas na região.

Vladimir Putin chamou sua tarefa de "proteger as pessoas que foram submetidas a abusos e genocídio pelo regime de Kiev por oito anos".

Segundo o presidente, o objetivo final da operação é a libertação de Donbass e a criação de condições que garantam a segurança da própria Rússia.