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Mudança na órbita de Júpiter poderia tornar a Terra ainda mais favorável à vida

© AFP 2023 / NASANASA, 1980. Saturno e suas duas luas.
NASA, 1980. Saturno e suas duas luas.  - Sputnik Brasil, 1920, 14.09.2022
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Uma mudança na órbita de Júpiter poderia tornar a superfície da Terra ainda mais hospitaleira do que já é, sugere uma nova pesquisa.
Cientistas da Universidade da Califórnia-Riverside (UCR) simularam sistemas alternativos do nosso Sistema Solar, descobrindo que se a órbita de Júpiter fosse mais achatada — ou "excêntrica" — ela causaria grandes mudanças na órbita do nosso planeta.
E essa mudança causada pela órbita de Júpiter – o planeta mais massivo do Sistema Solar – poderia impactar para melhor a capacidade da Terra de suportar vida.
"Se a posição de Júpiter permanecesse a mesma, mas a forma de sua órbita mudasse, isso poderia realmente melhorar a habitabilidade deste planeta", disse a líder do estudo e cientista planetária da UCR, Pam Vervoort.
"Muitos estão convencidos de que a Terra é o epítome de um planeta habitável e que qualquer mudança na órbita de Júpiter, sendo o planeta massivo que é, só poderia ser ruim para a Terra. Mostramos que ambas as suposições estão erradas."
Planetas com uma órbita mais circular mantêm uma distância constante de sua estrela, enquanto órbitas mais excêntricas — em forma oval — aproximam e afastam os planetas de suas estrelas em diferentes pontos dessa órbita. A proximidade com uma estrela determina quanta radiação recebe, o que significa que afeta o clima de um planeta.
Se a órbita de Júpiter se tornasse mais excêntrica, a equipe descobriu que a órbita da Terra seria empurrada para se tornar mais excêntrica também. Isso significa que às vezes a Terra estaria ainda mais perto do Sol do que já está.
Como resultado, algumas das partes mais frias do nosso planeta aqueceriam atingindo temperaturas na faixa habitável — definidas entre 32 e 212 graus Fahrenheit ( entre 0 e 100 graus Celsius) — para uma grande variedade de formas de vida da Terra.
A equipe acha que seus resultados podem ajudar os astrônomos a determinar quais planetas fora do Sistema Solar – exoplanetas – poderiam ser habitáveis.
Representação artística do planeta K2-18b - Sputnik Brasil, 1920, 29.06.2022
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Exoplanetas totalmente diferentes da Terra podem ter condições favoráveis para existência de vida
Isso ocorre porque a distância de um planeta até sua estrela e sua variação determinam quanta radiação recebem suas diferentes partes, criando as estações do ano.
Atualmente, a busca pela habitabilidade depende de se um planeta está dentro da zona habitável de sua estrela — a área ao redor de uma estrela que é a temperatura certa para permitir que haja água líquida — mas esses resultados poderiam introduzir um novo parâmetro de busca.
"A primeira coisa que as pessoas procuram em uma busca de exoplanetas é a zona habitável, a distância entre uma estrela e um planeta para ver se há energia suficiente para água líquida na superfície do planeta", disse o astrofísico da UCR Stephen Kane.
"Ter água em sua superfície [é] uma primeira métrica muito simples, e não considera a forma da órbita de um planeta ou variações sazonais que um planeta pode experimentar."
Outros fatores podem influenciar a habitabilidade de um planeta, e a equipe também testou alguns deles. Isso inclui a inclinação de um planeta, que influencia a quantidade de radiação que recebe de sua estrela.
Os cientistas da UCR descobriram que se Júpiter estivesse muito mais perto do Sol do que sua distância atual de cerca de 742 milhões de quilômetros, ele poderia causar uma inclinação extrema da Terra. Isso resultaria em nosso planeta recebendo menos luz solar, o que significa que grandes áreas da superfície do nosso planeta teriam temperaturas abaixo de zero.
Embora os telescópios atuais sejam poderosos o suficiente para determinar a excentricidade das órbitas de exoplanetas, eles não estão tão bem equipados para medir a inclinação desses mundos. Isso significa que os astrônomos estão trabalhando em métodos que possam ajudar a determinar isso. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica The Astronomical Journal.
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