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Protestos sobre energia na UE são o início do crescente descontentamento público, diz especialista

© AP Photo / Emilio MorenattiTubulação de gás na planta de regaseificação Enagss, a maior planta de gás natural liquefeito (GNL) da Europa, em Barcelona, Espanha, 29 de março de 2022
Tubulação de gás na planta de regaseificação Enagss, a maior planta de gás natural liquefeito (GNL) da Europa, em Barcelona, Espanha, 29 de março de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 05.09.2022
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Os protestos na República Tcheca e na Alemanha contra o aumento dos preços da energia foram apenas o começo de um crescente descontentamento público e se vão se agravar com o tempo, já que a liderança da União Europeia (UE) é incapaz de resolver a situação que criou, disse o economista francês Charles Gave à Sputnik.
No último sábado (3), dezenas de milhares foram às ruas de Praga para protestar contra a inação do governo, enquanto a crescente crise de energia continua a afetar a economia da UE. Atividades de protesto também foram observadas em toda a Alemanha. De acordo com a mídia local, os cidadãos alemães devem organizar manifestações em massa neste outono (Hemisfério Norte) em meio à crescente inflação e à escassez de energia.
"As manifestações em Praga e na Alemanha são apenas o começo. O preço do gás e, consequentemente, da eletricidade estão enlouquecendo os cidadãos europeus e vai piorar. Os governos europeus e a Comissão Europeia falam de uma 'manipulação' por parte da Rússia, mas as pessoas percebem muito bem que a decisão de parar de importar gás e petróleo russos foi uma decisão europeia, tomada por Bruxelas sem sequer pensar no impacto que terá na economia europeia", disse Gave.
Segundo o economista, a UE não tem absolutamente nenhuma solução política para a crise energética à qual a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, arrastou o bloco, o que mais uma vez demonstra a incapacidade dos líderes da UE.

"Nos últimos 15 anos, nossos líderes europeus entraram em uma mania climática, promovendo espelhos mágicos e moinhos de vento como a solução. Não funciona. Essas soluções exigem a mesma capacidade que em usinas a gás", acrescentou Gave.

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O especialista criticou separadamente o presidente francês Emmanuel Macron pela inconsistência de seus passos para resolver a crise de energia no país — a princípio o líder francês decidiu fechar dezenas de usinas nucleares usadas para produzir eletricidade e depois ordenou aumentar seu número. Gave também chamou de "estúpido" o apoio de Macron à decisão da UE de indexar o preço da eletricidade sobre o preço do gás.
"Os franceses pagam preços exorbitantes só porque a Alemanha depende do gás russo. Isso é uma loucura e a ira do povo está aumentando", disse o especialista.
A situação energética tende a melhorar na Itália após as eleições gerais marcadas para 25 de setembro, se Giorgia Meloni, líder do partido Irmãos da Itália, conseguir formar um governo de direita e centro-direita como esperado, o disse o economista francês. Nesse caso, as novas autoridades italianas vão poder suprimir pelo menos as sanções da UE sobre produtos energéticos.
No entanto, a possível flexibilização das restrições por parte de Roma não vai implicar em nenhum desenvolvimento positivo na UE, já que não há força de oposição forte o suficiente para trazer o bloco de volta às negociações com Moscou, mesmo em questões de energia, acrescentou Gave. Segundo ele, os princípios democráticos preveem a substituição de uma elite política caso não consiga enfrentar os principais desafios, mas a oposição da UE está totalmente paralisada pelo politicamente correto que levou à disseminação de propaganda para a Ucrânia.
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O principal problema é que muitos europeus não conseguem ver a ligação clara com o preço do gás precisamente devido à propaganda difundida pela liderança da UE, acrescentou o especialista.
"Eles [europeus] até acreditam que são os russos malvados que fecharam a torneira do petróleo e do gás, enquanto são nossos próprios líderes na Europa que impuseram estupidamente essas sanções que estão destruindo a economia europeia. Nós, europeus, estamos trazendo a estagflação à nossa cabeça. Antes que as pessoas percebam, será tarde demais. Macron, [o chanceler alemão Olaf] Scholz, von der Leyen e outros nunca admitirão que estavam errados e apresentarão desculpas", concluiu Gave.
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