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Rússia agradece a posição do Brasil de neutralidade diante da operação russa na Ucrânia

© AP Photo / Mikhail KlimentyevO presidente russo, Vladimir Putin, à direita, e o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, participam de uma entrevista coletiva conjunta após suas conversas no Kremlin em Moscou, Rússia, 16 de fevereiro de 2022
O presidente russo, Vladimir Putin, à direita, e o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, participam de uma entrevista coletiva conjunta após suas conversas no Kremlin em Moscou, Rússia, 16 de fevereiro de 2022  - Sputnik Brasil, 1920, 25.08.2022
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Em entrevista dada a jornalistas brasileiros, Andrei Klimov disse que "os países sábios, como China e Índia" não aderiram às sanções contra Moscou e estão tendo mais vantagens econômicas por essa decisão, assim como o Brasil.
O Brasil e outros países da América Latina fizeram uma escolha sensata ao não ceder às pressões dos Estados Unidos e da União Europeia para isolar a Rússia.
A declaração foi dada pelo senador russo Andrei Klimov, vice-presidente do Comitê de Relações Exteriores do Conselho da Federação, o Senado russo, em coletiva dada a jornalistas brasileiros, por videoconferência, na manhã desta quinta-feira (25). Na coletiva também estava presente o diretor do Instituto de Estudos para a América Latina da Academia de Ciências da Rússia, Dmitry Razumovsky.
À Sputnik Brasil, Klimov afirmou que, ao adotar uma postura independente em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia, "o governo brasileiro se portou de maneira muito racional. Não porque ajudou a Rússia, mas porque ajudou o Brasil. Obrigado, nós valorizamos isso. Vocês estão protegendo a própria economia".
Ele acrescentou que países que não se unem às sanções lideradas pelos EUA e Europa, como a Índia e a China, têm vantagens econômicas. "Hoje o chinês compra gás russo por um preço 20 vezes menor que o alemão. Enquanto um destrói sua economia, o outro levanta a dele", afirmou Klimov.
Questionado sobre o fornecimento de fertilizantes ao Brasil e se o país poderia se tornar um polo exportador para a Rússia, Klimov afirmou que há interesse por parte de Moscou.

"Muitos dos nossos produtos são exportados para o Brasil. Claro que temos outros mercados, mas queremos muito exportar para o Brasil. O problema é que os Estados da Europa Ocidental estão fazendo de tudo para dificultar o transporte. Proíbem as transações, os sistemas internacionais de pagamento. Fazem de tudo para que o mundo fique com fome", disse o senador.

Presidente da Rússia, Vladimir Putin, acompanhado do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (fora da foto), durante declaração à imprensa em 22 de fevereiro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 08.08.2022
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No início deste mês, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, anunciou que estava negociando a compra de diesel mais barato da Rússia. Questionado sobre a negociação, Dmitry Razumovsky confirmou que houve uma conversa sobre o assunto por telefone entre Bolsonaro e o presidente russo, Vladimir Putin. Ele afirmou que não há entraves na negociação e que, assim que as partes chegarem a um acordo, o envio será feito.

Klimov acrescentou que, no que diz respeito a exportações e negociações, "a Rússia não fechou as portas para nenhum país, mas aqueles que impuseram sanções fecharam as próprias portas".
"A Turquia, por exemplo, compra de nós sistemas antiaéreos, constrói uma usina nuclear com nossa ajuda, recebe milhões de turistas russos e paga no sistema MIR. Os países que não foram pelo caminho de Washington têm somente a ganhar com isso", disse o senador.
Polarizadas entre Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as eleições também entraram na pauta da coletiva. Atualmente as pesquisas de intenção de voto indicam a vitória de Lula, com a possibilidade de ser em primeiro turno. Questionado sobre como avalia uma eventual vitória do ex-presidente no pleito, Klimov disse que "a Rússia é contra a interferência nos assuntos domésticos de outros países".
"Respeitamos as nações, e se não nos atacam, a gente deseja o melhor. Se nos atacam, aí se preparem para se defender. A gente trabalha com monarquias, com democracias, como a Índia, com a China, que tem um sistema comunista de governo. E isso é normal para a gente. Então quando você fala das eleições, eu digo aos brasileiros que tentem fazer com que as suas eleições sejam livres", disse Klimov.
Razumovsky acrescentou que qualquer que seja a escolha, não afetará as relações entre os países. "A Rússia respeita qualquer escolha do povo brasileiro, mas as relações dependem dos interesses dos países. Eu diria que os dois candidatos tiveram boas relações com a Rússia e com o presidente russo. Durante o governo de Lula, tivemos a parceria estratégica, o BRICS. Depois da entrada de Bolsonaro, ao contrário do que muitos especialistas acharam, nós conseguimos manter relações muito construtivas."

Por fim, ele reconheceu que Bolsonaro é um parceiro importante e construtivo para a Rússia, mas que tanto ele quanto Lula "são políticos experientes, com grupos de tecnocratas profissionais".

"Ambos são políticos independentes, [...] todas as tentativas dos EUA de influenciá-los deram errado. Ambos avaliam a operação militar [da Rússia] de forma objetiva e tentam ter uma visão completa da situação, entender as origens e o histórico do conflito. Sabemos que há grupos que tentam colocar dúvidas sobre os resultados [das eleições], mas a Rússia espera que todas as partes reconheçam os resultados das eleições, quaisquer que sejam", afirmou Razumovsky.

Klimov encerrou a coletiva elogiando o Brasil e afirmando que tem interesse em conhecer o país. "Espero conhecer vocês. Planejo ir à América Latina e, talvez, ao Brasil. Nunca fui e queria ver como é esse país gigante, nosso parceiro do BRICS", concluiu o senador.
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