Índia demite oficiais por disparo acidental de míssil supersônico no Paquistão

A Força Aérea indiana demitiu nesta terça-feira (23) três oficiais pelo disparo acidental de um míssil de cruzeiro contra o Paquistão. As demissões foram anunciadas após uma investigação de meses.

O míssil supersônico BrahMos foi lançado desativado e acidentalmente de uma base militar secreta no norte da Índia no início de março e aterrissou no território paquistanês sem causar danos à vida ou à propriedade.

O BrahMos, desenvolvido em conjunto pela Índia e pela Rússia, é um dos projéteis com armas nucleares da linha de frente da Índia, e acredita-se que esteja entre os mísseis de cruzeiro mais rápidos do mundo.

Um comunicado da Força Aérea, obtido pelo South China Morning Post, informou que uma investigação sobre o incidente considerou três de seus oficiais culpados de violar os procedimentos operacionais padrão que levaram ao acidente.

Em março, o Paquistão reclamou que um "objeto voador supersônico" da Índia violou seu espaço aéreo e atingiu uma área civil desabitada. O governo indiano reconheceu imediatamente o erro.

A Índia classificou o incidente como "profundamente lamentável" e prometeu uma investigação ao mais alto nível. O Paquistão exigiu uma investigação conjunta sobre a falha de ignição e questionou os protocolos de segurança nuclear e de mísseis dos indianos.

Diante do incidente, ambas as nações, que são nuclearizadas, minimizaram o episódio, apesar de um histórico de profunda desconfiança e hostilidade.

A relação entre os dois vizinhos é tensa e os países travaram três guerras desde que conquistaram a independência do Reino Unido, em 1947.

Índia e Paquistão ficaram à beira de outra guerra em fevereiro de 2019, depois que a Índia lançou ataques aéreos no Paquistão por alegações de que um grupo militante paquistanês estava por trás de um atentado suicida que matou 41 soldados paramilitares indianos na disputada região da Caxemira.