Após acordo sobre fertilizantes com Rússia, safra brasileira de 2022 atingirá recorde histórico

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que o maior nível de produção foi atingido durante o mês de julho. O índice terá alta de 4% em relação ao contingente de 2021.

Em julho, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas estimada para 2022 deve totalizar a safra recorde de 263,4 milhões de toneladas, 4% maior do que no mesmo período de 2021 (253,2 milhões de toneladas).

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) avalia que a área colhida em julho será de 73 milhões de hectares, 6,4% maior que em 2021 (mais 4,4 milhões de hectares) e 0,6% (mais 436,6 mil hectares) maior que o previsto para junho de 2022.

O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos desse grupo, somados, representam 91,4% da estimativa da produção e respondem por 87,1% da área colhida. A produção nacional de milho também deve alcançar novo recorde neste ano.

Houve aumento de 18,1% na produção de algodão herbáceo, de 4,6% na de soja e de 8,6% na de trigo. A de soja foi estimada em 118,8 milhões de toneladas.

Mato Grosso lidera a produção nacional de grãos (30,6%), seguido por Paraná (13,4%), Goiás (10,5%) e Rio Grande do Sul (9,7%).

As exportações do agronegócio brasileiro em fevereiro de 2022 registraram uma cifra nunca obtida para o mesmo mês em anos anteriores, atingindo um recorde de mais de US$ 10 bilhões (R$ 50,9 bilhões).

Vale lembrar que o agronegócio, segundo estudos do ano passado, alcançou em 2021 uma participação de 27,4% no PIB brasileiro, a maior taxa desde 2004.

O crescimento foi motivado pelo aumento dos preços médios dos produtos exportados, de 24%, além da alta do volume exportado, de 33%.

Apesar de grande produtor, o Brasil depende de outros países para tratar o solo com fertilizantes. Cerca de 70% do insumo usado na agricultura vem do exterior, e a Rússia é a principal fornecedora, responsável por 23% dos adubos e fertilizantes químicos importados.

Em uma entrevista recente ao Flow Podcast, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que tratou "de muita coisa" quando foi a Moscou reunir-se com o presidente russo, Vladimir Putin.

O chefe de Estado do Brasil exaltou as negociações que garantiram o abastecimento do país com os fertilizantes russos. "Tudo que foi tratado com o Putin foi cumprido, em especial a questão dos fertilizantes", afirmou.