Lula é 'populista corrupto' como Ortega e Maduro e Bolsonaro é 'louco', diz Ciro em entrevista ao FT

Conhecido pelo pensamento ágil e língua afiada, Ciro declarou à mídia norte-americana que o Brasil "está doente", e que em qualquer lugar do mundo Lula ou Bolsonaro não "seriam candidatos" novamente ao Executivo brasileiro.

Em entrevista ao Financial Times publicada na terça-feira (9), o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, atacou de forma direta os dois presidenciáveis que mais se destacam na corrida pelo posto máximo do Palácio do Planalto no ano que vem: Jair Bolsonaro e Lula.

Segundo Ciro, o presidente em exercício é um "louco, criminoso e genocida, que opera através da notoriedade": "Ele cria o caos, sempre inventando um inimigo institucional pelo qual pode culpar por seus fracassos", afirmou o pedetista fazendo referência aos ataques feitos por Bolsonaro a ministros do STF e TSE.

Já o ex-presidente, é "uma expressão do populismo sul-americano podre e corrupto. Se você considera que [o presidente da Nicarágua Daniel] Ortega é um populista corrupto, então Lula é a expressão absolutamente igual de Ortega ou de [o presidente da Venezuela Nicolás] Maduro".

"Lula é corrupto do campo liberal e democrático, e Bolsonaro é corrupto do campo fascista. Essa é a diferença, mas o modelo é estritamente o mesmo", declarou o pré-candidato.

Sobre o destaque do petista nas pesquisas de intenções de votos, Ciro acredita que as "memórias romantizadas de seu governo" ajudam a dar ao povo essa sensação de que ele é a melhor escolha, principalmente porque essas recordações "foram agravadas ainda mais pelos problemas extraordinários que o povo brasileiro vem enfrentando sob Bolsonaro".

"Lula se apresenta, inclusive na comunidade internacional, como inocente, que foi exonerado, que foi perseguido e tal. Isso tudo é mentira. Depois de um certo momento [no governo], ele se corrompeu e descobriu a chave para se perpetuar no poder, que era reproduzir a agenda conservadora da comunidade financeira."

Segundo a mídia, Ciro disse que reconhece o desafio que pela frente, mas acredita que ganhará votos quando sua campanha começar este mês com anúncios de TV e divulgação nas mídias sociais. Mais do que tudo, ele está preocupado com a qualidade da oposição que enfrenta.

"Em nenhum outro lugar do mundo esses dois seriam candidatos. O Brasil está doente", complementou.