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Reconhecemos Donbass porque Kiev declarou publicamente que não cumprirá Acordos de Minsk, diz Putin

© Sputnik / Sergei GuneevPresidente da Rússia, Vladimir Putin, durante a coletiva de imprensa, 22 de fevereiro de 2022.
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante a coletiva de imprensa, 22 de fevereiro de 2022. - Sputnik Brasil, 1920, 22.02.2022
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Durante uma conferência de imprensa na tarde desta terça-feira (22), o presidente da Rússia declarou que os Acordos de Minsk não existem mais, já que a Rússia reconheceu as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk.
Segundo o líder russo, os Acordos de Minsk "foram mortos" pelas autoridades da Ucrânia muito antes do reconhecimento da RPD e RPL.
"[...] O reconhecimento dessas repúblicas é gerado pelo fato de que as autoridades de Kiev, já publicamente, começaram a declarar que elas não vão cumprir esses acordos [de Minsk]. [...] O que há de se esperar aqui? Esperar a continuação desse abuso contra as pessoas? Desse genocídio?"
Kiev a cumprir os Acordos de Minsk, e por isso, a Rússia tinha que tomar a decisão sobre o reconhecimento das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk. A Rússia havia proposto resolver a questão de Donbass por meio de conversas e do cumprimento dos Acordos de Minsk, mas esse ponto já perdeu sua relevância, disse Putin.
"Nossos colegas da Europa dizem a mesma coisa: 'Sim, sim, temos que seguir esse caminho [de cumprimento dos Acordos de Minsk]. Mas na realidade eles não conseguiram obrigar seus parceiros, as autoridades de Kiev, a fazerem isso, por isso tivemos que tomar essa decisão."

"[...] Nós tratamos disso [Acordos de Minsk] durante quase oito anos. Quando digo 'nós' quero dizer que a Rússia e eu próprio éramos autores desses documentos. Por isso, quero destacar mais uma vez: estamos interessados na realização desse complexo de medidas", disse. "Porque isso é o resultado de um compromisso. Esses documentos foram assinados pelos líderes de outras repúblicas antes não reconhecidas."

Junto ao reconhecimento dessas repúblicas, a Rússia legitimou todos os documentos ligados à questão, incluindo as Constituições onde estão indicadas as fronteiras das repúblicas.
Putin diz acreditar que todas as questões sobre as fronteiras da RPD e RPL serão resolvidas por meio de conversas, entretanto, no momento isso é impossível, segundo o líder russo. Mas o presidente declarou que a situação em Donbass tem a tendência a agravar.

"Acreditamos, e quero sublinhar isso, que todas as questões serão resolvidas por meio de conversas entre as autoridades de Kiev e os líderes dessas repúblicas [RPD e RPL], mas infelizmente, nesse momento, entendemos que isso é impossível já que as ações de combate continuam, além de terem a tendência de agravar", disse Putin.

Quanto às futuras ações da Rússia em relação a Donbass, o presidente russo disse que o bem prevê a possibilidade de ser defendido e que vai partir desse ponto.
"Quanto a pergunta sobre se é possível e se é preciso resolver todas as questões por meio da força e continuar do lado do bem: Mas por que você acha que o bem deve sempre ser impotente? Não acho. Acho que é o bem que prevê a capacidade de ser defendido. E nós vamos partir desse fato", explicou Putin.
O presidente russo também comentou seu pedido ao Conselho da Federação da nação sobre o uso das Forças Armadas do país no exterior. Segundo ele, Moscou vai cumprir suas obrigações caso seja necessário. Entretanto, o presidente sublinhou: "Eu não disse que nossas tropas vão para Donbass agora mesmo". Respondendo à pergunta sobre para onde podem ir as tropas russas na região, ele disse que não é possível prever as ações concretas das Forças Armadas do país, pois isso vai depender da situação.
De acordo com o presidente, para normalizar as relações com a Rússia, a Ucrânia precisa reconhecer a vontade das pessoas que moram na Crimeia.
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante o discurso televisionado à nação, 21 de fevereiro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 22.02.2022
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Discurso de Vladimir Putin sobre reconhecimento das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk
Putin destacou que ninguém obrigou a votar para a reunificação da Crimeia à Rússia, e por isso, o Ocidente tem que respeitar essa decisão, caso aqueles que contestam de certa maneira essa decisão se considerarem países democráticos.
A melhor decisão para a crise ucraniana, segundo Putin, seria a recusa das autoridades de Kiev de aderir à OTAN.
Putin destacou que a Ucrânia tem tudo para resolver a questão das armas nucleares, só falta o sistema de enriquecimento de urânio, mas essa é uma questão técnica. Até o surgimento das armas nucleares táticas na Ucrânia seria uma ameaça estratégica para a Rússia.

"Desde a época soviética a Ucrânia tem competências nucleares bem amplas. Tem lá vários blocos nucleares e a indústria nuclear está bem desenvolvida. Há lá escolas. Tem lá tudo para resolver essa questão bem mais rápido do que em países onde esses assuntos são resolvidos do zero. Não vou listar esses países", disse.

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