Potenciais sanções dos EUA contra Rússia igualariam rompimento das relações, diz Kremlin

Os relatos sobre novas possíveis sanções dos EUA durante as negociações em curso sobre a segurança são uma tentativa de pressionar a Rússia, a priori vã, declarou hoje (13) o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov.

O projeto de lei apresentado na quarta-feira (12) pelos senadores do Partido Democrata propõe introduzir sanções severas contra setores-chave da economia russa, contra a dívida pública e os mais altos funcionários do Estado em caso da escalada da situação em torno da Ucrânia.

"Certamente, avaliamos o surgimento de tais documentos e tais declarações de uma forma extremamente negativa. Especialmente em meio à série das negociações em curso. Mesmo que malsucedidas, são negociações. Claro, a conjugação no tempo dessas declarações com as conversas é uma tentativa de pressionar Moscou, mas ela é a priori vã", disse Peskov aos jornalistas.

A Rússia, conforme ele, vê muito negativamente as potenciais sanções norte-americanas e considera que essas não favorecem a formação de uma atmosfera construtiva nas negociações sobre as garantias de segurança propostas pela Rússia em dezembro passado.

As possíveis sanções dos EUA, considerando a resposta iminente da Rússia, podem ser igualadas a uma iniciativa para o rompimento das relações, acrescentou ele.

"Trata-se de sanções que em sua essência, e considerando a inevitável resposta adequada, podem ser de fato comparadas a uma iniciativa para o rompimento dos laços", segundo suas palavras.

"Pelo menos é impossível interpretar as formulações dessas sanções de outro modo", disse.

Ao mesmo tempo, o porta-voz confirmou que "Moscou ainda não planeja responder, porque nós, apesar de tudo, queremos ter esperança na vitória de algum bom senso, queremos ter esperança que essas sejam apenas declarações barulhentas e um tipo de 'ruído' [...] com objetivo de tentar influenciar o nosso país de alguma forma".