DNA (imagem ilustrativa) - Sputnik Brasil, 1920
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Estudos reforçam hipótese de que o mar da América Central inundou a Amazônia há 23 milhões de anos

© FolhapressRio Tupana, na Floresta Amazônica, no estado do Amazonas
Rio Tupana, na Floresta Amazônica, no estado do Amazonas - Sputnik Brasil, 1920, 13.01.2022
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Ancestrais do maior golfinho conhecido de água doce, o boto-cor-de rosa, seriam originários do Caribe e teriam chegado à Amazônia durante o Mioceno.
De acordo com um estudo publicado na Science Direct, o mar da América Central "invadiu" o noroeste da Amazônia entre 23 e 5,3 milhões de anos atrás, durante a época geológica denominada Mioceno.
A teoria dos cientistas brasileiros é a de que o fenômeno deve ter influenciado a formação da atual fauna e flora amazônica. O estudo defende a hipótese de que essas infiltrações marinhas teriam sido em maior número ou mais intensas do que indica boa parte da literatura científica.
A publicação foi conduzida por Carlos D’Apolito Júnior, Silane Caminha e Bruno Espinosa. A teoria é amparada por dados produzidos a partir da análise de grãos de pólen obtidos de um poço perfurado pelo Serviço Geológico do Brasil no município amazonense de Atalaia do Norte, perto da tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia.
© Foto / Domínio PúblicoRio Amazonas, que corre pela América do Sul, é um dos rios mais extensos do mundo com 6,4 mil quilômetros de comprimento. A imagem do rio foi tirada por satélites
Rio Amazonas, que corre pela América do Sul, é um dos rios mais extensos do mundo com 6,4 mil quilômetros de comprimento. A imagem do rio foi tirada por satélites - Sputnik Brasil, 1920, 13.01.2022
Rio Amazonas, que corre pela América do Sul, é um dos rios mais extensos do mundo com 6,4 mil quilômetros de comprimento. A imagem do rio foi tirada por satélites. Foto de arquivo
A uma profundidade de 34 metros abaixo da superfície, quase 20% dos 374 microfósseis orgânicos estudados eram provenientes de algas do plâncton marinho, um indício de que a água salina do mar um dia penetrou naquela região.
A camada geológica de onde provêm as amostras é a menos profunda da Amazônia em que foram encontradas evidências de seres de origem marinha. Sua idade é estimada entre 11 e 10 milhões de anos atrás.
A descoberta de resquícios de um ambiente marinho dessa idade em uma área hoje tomada pela floresta densa pode indicar que a parte ocidental da Amazônia foi realmente invadida mais do que duas vezes pelo mar do Caribe.
Há razoável consenso de que houve uma primeira incursão, entre 23 e 16 milhões de anos atrás, e uma segunda, entre 16 e 11,6 milhões de anos, sendo que cada um desses dois episódios marcados pela entrada de água marinha teria durado entre 400 e 300 mil anos.
© AFP 2023 / CHRISTOPHE SIMON  / Acessar o banco de imagensRio Amazonas
Rio Amazonas - Sputnik Brasil, 1920, 13.01.2022
Rio Amazonas. Foto de arquivo
Durante o Mioceno, parte do noroeste da Amazônia era tomada por um grande pântano, o chamado sistema ou lago Pebas, uma área alagada 20 vezes maior do que o atual pantanal mato-grossense que se estendia por terras do Brasil, Peru e Colômbia.
Compreender a dinâmica das incursões marinhas é fundamental para avançar no conhecimento dos processos históricos que formaram a alta biodiversidade da Amazônia.
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