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Mistério dos ciclones de Júpiter é explicado graças à física dos oceanos na Terra

© Foto / NASACiclones polares capturados no planeta Júpiter pela sonda Juno da NASA
Ciclones polares capturados no planeta Júpiter pela sonda Juno da NASA - Sputnik Brasil, 1920, 11.01.2022
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Imagens de ciclones polares capturados no planeta distante pela sonda Juno da NASA permitiram aos pesquisadores estudar as forças que os impulsionam.
Em estudo publicado na revista Nature Physics, na segunda-feira (10), cientistas americanos conseguiram determinar que os ciclones gigantes que ocorrem ao redor dos polos de Júpiter são gerados pelas mesmas forças que movem a água nos oceanos da Terra.
Os ciclones polares no maior planeta do nosso Sistema Solar foram detectados pela primeira vez em 2016 pela sonda Juno da NASA. Desde então, especialistas colocaram a hipótese de essas tempestades serem causadas por convecção, um processo conhecido na Terra em que o ar mais quente se expande e sobe para altitudes mais altas, mais frias e mais densas. No entanto, esta teoria não tinha sido comprovada até agora.
"Quando vi a riqueza da turbulência em torno dos ciclones jovianos, com todos os filamentos e redemoinhos menores, me lembrei da turbulência que você vê no oceano em torno dos redemoinhos", disse a oceanógrafa e pesquisadora do Instituto Scripps de Oceanografia da Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA), Lia Siegelman, autora do novo estudo.
"Eles são especialmente evidentes em imagens de satélite de alta resolução de florescimento de plâncton, por exemplo", acrescentou.
© Foto / NASA OBPGDa esquerda para a direita: uma floração de fitoplâncton no mar Báltico e nuvens turbulentas na atmosfera de Júpiter
Da esquerda para a direita: uma floração de fitoplâncton no mar Báltico e nuvens turbulentas na atmosfera de Júpiter - Sputnik Brasil, 1920, 11.01.2022
Da esquerda para a direita: uma floração de fitoplâncton no mar Báltico e nuvens turbulentas na atmosfera de Júpiter
Os pesquisadores analisaram uma série de imagens infravermelhas que capturaram na região polar norte de Júpiter e, em particular, o aglomerado de vórtices polares. Com base nisso, conseguiram calcular a velocidade e a direção dos ventos, acompanhando o movimento das nuvens. A equipe então interpretou as imagens infravermelhas em termos da espessura das nuvens. As regiões quentes correspondem a uma nebulosidade fina, na qual é possível enxergar mais profundamente na atmosfera de Júpiter. As regiões frias representam uma espessa camada de nuvens que cobre e obscurece a atmosfera do planeta.
Isso permitiu à equipe mostrar que o ar quente em ascensão carrega energia dentro da atmosfera e alimenta as nuvens à medida que crescem, transformando-se em ciclones de grande escala como os vistos ao redor dos polos. "Ser capaz de estudar um planeta que está tão distante e encontrar a física que se aplica lá é fascinante", disse Siegelman.
Da mesma forma, os cientistas destacam que, assim como a ciência dos oceanos da Terra está ajudando a desvendar os mistérios da atmosfera de Júpiter, descobertas recentes naquele planeta podem, também, lançar uma nova luz sobre esses processos em larga escala na Terra.
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