'Rússia nunca foi fonte de tensões nas relações com EUA', diz Kremlin ante telefonema Putin-Biden

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, considerou necessário uma conversa telefônica com o presidente americano, Joe Biden, sobre as garantias de segurança, é preciso discutir vários assuntos, afirmou hoje (30) o porta-voz presidencial russo.

Ao responder à pergunta sobre a exigência das negociações entre Putin e Biden, levando em consideração que no início do dezembro eles já tiveram consultas, Dmitry Peskov disse:

"Porque são matérias muito complexas, as questões que estão na agenda. A partir do momento da última conversa, o lado russo, como o presidente Putin prometeu, formulou sua posição, que foi detalhada em projetos, dois documentos, enviados tanto a Washington, como a uma série de capitais europeias; por isso agora, do nosso ponto de vista, do ponto de vista do presidente Putin, surgiu a necessidade de mais uma conversa telefônica, que precede o início das negociações já mencionadas".

Perguntando se se trata de uma busca de compromissos, Peskov ressaltou que "quaisquer negociações são destinadas a um único objetivo – atingir o compromisso levando em conta as posições principais de ambos os lados".

Ele enfatizou que a Rússia está disposta a essa conversa e a qualquer outro diálogo, uma vez que somente através de negociações é possível decidir tais "problemas urgentes que existem em abundância entre nós".

"A Rússia nunca foi uma fonte de tensões, não foi a primeira fonte da tensão. Nós sempre dissemos que a Rússia deu e dará tais passos, medidas essenciais para prover sua segurança."

Dmitry Peskov confirmou também a informação da Casa Branca de que o telefonema foi iniciativa do lado russo, do próprio Vladimir Putin, e está planejado ocorrer às 23h30 em Moscou (17h30 no horário de Brasília). O objetivo do contato é debater as questões mencionadas na recente videoconferência entre os dois líderes. Porém, desta vez, ressaltou Peskov, se trata de uma comum ligação telefônica, sem parte pública.

O Kremlin descarta ainda que essa conversa entre dois líderes possa levar ao cancelamento das consultas sobre as garantias de segurança, afirmou o porta-voz presidencial. "Não pode", disse ele respondendo à pergunta.

Em 10 de janeiro, os EUA e Rússia iniciarão conversas diplomáticas sobre a estabilidade estratégica e questões de segurança em torno da situação na Ucrânia.