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Ciclo orbital da Terra pode estar impactando evolução, sugere estudo

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Terra (imagem referencial) - Sputnik Brasil, 1920, 03.12.2021
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Pesquisadores analisaram o registro fóssil nos oceanos Índico e Pacífico e encontraram um aumento na biodiversidade microscópica a cada 405.000 anos.
A órbita da Terra afeta a evolução de pelo menos algumas espécies, segundo um estudo publicado na revista Nature.
Cientistas liderados por Luc Beaufort, paleoceanógrafo do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS, na sigla em francês), França, descobriram que o fenômeno em que a órbita do nosso planeta temporariamente se estende e vira ligeiramente elíptica a cada 405.000 anos contribui para uma maior biodiversidade em cocolitóforos, um tipo de plâncton fotossintetizador.
Os cocolitóforos são algas microscópicas consumidoras de luz solar que criam placas de calcário à sua volta, altamente presentes no registro fóssil das águas mundiais desde pelo menos 215 milhões de anos atrás. Depois de combinar microscopia automatizada com inteligência artificial, a pesquisa da equipe de Beaufort descobriu nos oceanos Índico e Pacífico nove milhões de cocólitos, ou placas de cocolitóforos, ao longo de 2,8 milhões de anos.
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O tamanho médio dos cocolitóforos seguia um padrão regular em linha com o ciclo orbital terrestre de 405.000 anos, com os maiores plânctones desse tipo surgindo ligeiramente depois do fim desse ciclo.
"No oceano moderno, a maior diversidade de fitoplâncton é encontrada na faixa tropical, um padrão provavelmente relacionado às altas temperaturas e condições estáveis, enquanto a rotatividade das espécies sazonais é maior em latitudes médias devido a um forte contraste de temperaturas sazonais", explicam os cientistas.

"Uma maior diversidade de nichos ecológicos quando a sazonalidade é alta leva a um maior número de espécies porque a adaptação dos Noelaerhabdaceae [família de cocolitóforos] é caraterizada pelo ajustamento do tamanho dos cocólitos e grau de calcificação para prosperar nos novos ambientes", escrevem eles no estudo. Como exemplo disso, citaram a espécie Gephyrocapsa, que a equipe detectou como tendo aparecido há 550.000 anos devido a um evento de radiação.

Além disso, foi possível usar os dados dos dois oceanos para distinguir entre eventos locais e globais, e também diferenciar o impacto que cada espécie teve no ciclo de carbono da Terra com a fotossíntese e produção de conchas de calcário. Os cientistas sugerem que o tempo de resposta destes plânctones ao ciclo orbital de nosso planeta indica que os últimos podem conduzir mudanças nos ciclos de carbono, em vez de reagir a elas.
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