Em um mês, Luis Arce 'estabilizou a economia', afirma ex-ministro boliviano

© AP Photo / Matias DelacroixManifestante boliviano apoiador de Nicolás Maduro agita bandeira da Bolívia durante protesto em Caracas. Venezuela, 16 de novembro de 2019
Manifestante boliviano apoiador de Nicolás Maduro agita bandeira da Bolívia durante protesto em Caracas. Venezuela, 16 de novembro de 2019 - Sputnik Brasil
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Ex-ministro da Bolívia avalia o panorama político enfrentado pelo país latino-americano antes e após a posse de Luis Arce.

Um mês após assumir o poder, o presidente boliviano Luis Arce conseguiu conter a queda econômica e advertiu que não haverá impunidade para os crimes cometidos durante o governo de fato.

"Arce recebeu um país quebrado. A Bolívia era a economia que mais crescia na América do Sul segundo todos os indicadores internacionais, porém, o governo de Jeanine Áñez quebrou [o país]. Isso gera certa pressão sobre o governo pelas grandes expectativas que gerou", salientou à Sputnik Hugo Moldiz, advogado e ex-ministro do governo de Evo Morales.

Contudo, Moldiz salientou que "se começou a estabilizar a economia e os riscos de um processo hiperinflacionário se distanciaram, o que devolveu tranquilidade aos setores produtivos e empresariais, pequenos e grandes".

© AP Photo / Juan KaritaPresidente da Bolívia Luis Arce durante a cerimônia de inauguração em La Paz, 8 de novembro de 2020
Em um mês, Luis Arce 'estabilizou a economia', afirma ex-ministro boliviano - Sputnik Brasil
Presidente da Bolívia Luis Arce durante a cerimônia de inauguração em La Paz, 8 de novembro de 2020

Por outro lado, Moldiz, que permaneceu exilado na embaixada do México em La Paz após a saída de Morales de 2019, pediu para "neutralizar grupos paramilitares de Santa Cruz que foram chave no golpe" e assegurou que o atual mandatário trabalha para que "não haja impunidade sobre o que ocorreu".

O ex-ministro afirmou ainda que "o bloqueio geral ao longo de agosto passado" foi um anúncio do triunfo do Movimento ao Socialismo (MAS). "A ditadura não podia sair para reprimir, não porque não quisesse. O predomínio do aparato do Estado, Força Aérea e polícia sobre a sociedade civil terminou enterrando a ditadura", complementou.

Moldiz reconheceu que "quando ocorre o golpe, é como se a Bolívia tivesse se classificado para o mundial de futebol: a classe média e os setores atrasos do campo popular festejaram muito". Contudo, após essa experiência, o MAS e movimentos sociais aprenderam.

"Em maio passado o movimento social começou a unir novamente e a reconstituir o campo popular", explicou o ex-funcionário, que celebrou que "Arce e David Choquehuanca [vice-presidente] impulsionaram uma renovação de figuras, com grande presença de jovens" no gabinete.

Moldiz analisou também o papel do ex-presidente Evo Morales e disse que ainda que "ocupe um lugar mais distante que no passado", continua sendo o "líder político" do MAS.

"O processo de mudança vai além de Evo estar na presidência. Isso está claro", assegurou.

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