Temendo expansionismo chinês, Taiwan pede para comprar caças F-16 Vipers dos EUA

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O Ministério da Defesa Nacional de Taiwan pediu a Washington por novos e avançados caças a fim de "demonstrar nossa determinação e capacidade de nos defender", disse o vice-ministro da Defesa, Shen Yi-ming a repórteres.

Em outro evento, o major-general Tang Hung-an, chefe da Divisão de Planejamento da Sede do Comando da Força Aérea de Taiwan, disse que "os [caças] F-15, F-18, F-16 e até o F-35 estão entre nossas opções", contanto que os jatos ajudem a fortalecer as capacidades de defesa aérea", de acordo com a Focus Taiwan.

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Taipei pediu para comprar o F-16 em 2011, mas foi rejeitada pela administração Obama, que optou por ajudar Taiwan a reformar sua frota existente de variantes F-16A/B — as primeiras versões da aeronave, desenvolvidas na década de 1970. O New York Times informou que medida foi interpretada como uma concessão a Pequim: o senador John Cornyn, do Texas, chamou de "capitulação à China comunista" que "representa uma bofetada na cara de um forte aliado e amigo de longa data".

Desde então, a Lockheed Martin, que agora é dona da General Dynamics, tem trabalhado sob um contrato de US$ 5,3 bilhões para atualizar os jatos F-16A/B Fighting Falcon de Taipei. A renovação deverá continuar até 2023, informou a Sputnik.

Tecnologia avançada para conter avanços chineses

No entanto, os 66 novos F-16s que Taipei quer são do modelo V, apelidado de "Viper". O jato possui uma nova configuração de armas que permite carregar mais munições do que antes. Também inclui um sistema de varredura eletrônica ativo (AESA), um tipo de radar avançado que pode detectar inimigos com mais facilidade e é mais difícil de bloquear.

Se os EUA optarem pela proposta, ela poderá custar a Taiwan algo entre US$ 7,76 bilhões e US$ 13 bilhões, com base em várias estimativas produzidas por veículos como o Defense News e o Taiwan News. Os EUA devem decidir sobre a questão até junho.

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O grupo de notícias e análises de defesa do Quwa observa que os modelos F-16A / B têm antigos radares doppler de pulso, que usam um único pulso de radar de frequência apontado em uma única direção para identificar alvos. No entanto, o AESA usa muitos pulsos diferentes em várias direções de uma só vez, dando aos pilotos uma consciência superior no campo de batalha e dificultando a vida dos inimigos que tentam bloquear o sinal.

Normalmente encontrados em grandes aeronaves de alerta antecipado, apenas alguns caças usam radares AESA: um dos primeiros a ativar o sistema foi o F-2 japonês, um avião construído sob contrato a partir de 2000, que é muito próximo do F-16. No entanto, os próprios EUA só começaram a aclopar o AESA em seus F-16 com o modelo Viper em 2012.

A Força Aérea do Exército de Libertação do Povo da China (PLAAF), principal adversária de Taipei, usa a AESA em dois modelos: os caças J-20 e J-10B, ambos construídos pela Chengdu Aircraft Corporation. Este último foi desenvolvido como resposta ao F-16 e tem muitas das mesmas características e capacidades que o jato dos EUA.

Relacionamento conturbado

Por regulações que datam de décadas atrás — como a Lei de Relações de Taiwan de 1979 — os EUA podem se ver obrigados a "disponibilizar" as ferramentas necessárias para "manter uma capacidade de autodefesa suficiente". A tendência, porém, é que o faça de modo discreto para não irritar Pequim, que reclama a soberania da ilha.

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Washington mantém um relacionamento precário com Taiwan — incapaz de ter relações diplomáticas formais (já que a China continental não mantém laços com países que reconhecem a soberania da Ilha de Formosa), os dois governos se comunicam através do Instituto Americano em Taiwan, que representa os interesses americanos na nação insular. 

Até 1979, os EUA reconheciam o governo em Taipei como o governo legítimo de toda a China, mas mudaram o entendimento em um esforço para consolidar a divisão no campo comunista entre a República Popular da China e a União Soviética. Mesmo assim, os EUA nunca reconheceram oficialmente Taiwan como um país independente da China — uma afirmação que Taipé nunca fez, embora alguns especulem que a presidente Tsai In-wen, que assumiu o cargo em 2016, estaria prestes a decretar.

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