FIFA repreende Trump após ameaças a quem não votasse pela Copa de 2026 nos EUA

© AP Photo / Eduardo VerdugoO presidente da Federação Mexicana de Futebol, Décio de Maria, o diretor da candidatura do México à Copa do México, Yon de Luisa, e o secretário do Interior mexicano, Alfonso Navarrete Prida em evento de divulgação da candidatura conjunta com EUA e Canadá à Copa do Mundo de 2026.
O presidente da Federação Mexicana de Futebol, Décio de Maria, o diretor da candidatura do México à Copa do México, Yon de Luisa, e o secretário do Interior mexicano, Alfonso Navarrete Prida em evento de divulgação da candidatura conjunta com EUA e Canadá à Copa do Mundo de 2026. - Sputnik Brasil
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Pegou mal a afirmação de Trump no Twitter de que poderia retirar o apoio nas Nações Unidas a países que votassem contra a proposta americana de sediar a Copa de 2026. O direito de organizar o torneio vem sendo disputado pela proposta conjunta dos EUA, Canadá e México e pela sede única no Marrocos, que conta com o apoio de países europeus.

O tweet do presidente dos EUA foi publicado na última quinta-feira. Na mensagem, Trump parece direcionar uma ameaça velada aos países que decidirem apoiar a candidatura marroquina.

"Os EUA prepararam uma proposta forte com o Canadá e México para a Copa do Mundo de 2026. Seria uma pena se os países que sempre apoiamos fossem fazer lobby contra a proposta dos EUA. Por que devemos apoiar esses países quando eles não nos apoiam (inclusive nas Nações Unidas)?", afirmou.

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A declaração pegou mal e valeu uma bronca nas entrelinhas dada pela própria FIFA, que escolhe a sede de 2026 no dia 13 de junho, em Moscou.

"Não podemos comentar declarações específicas relacionadas ao processo de licitação", disse a federação em um comunicado reproduzido pelo periódico britânico The Guardian. “Podemos apenas nos referir aos regulamentos da Fifa para a seleção do local para a competição final da Copa do Mundo FIFA 2026 e, em particular, para as regras de conduta da licitação incorporadas a ela".

As regras de conduta advertem explicitamente contra atividades de governos do país licitante que “possam afetar adversamente a integridade da escolha e criar uma influência indevida no Processo de Licitação”. É notório, porém, que o histórico de desrespeito ao regulamento é extenso. Só para citar um exemplo: o Qatar conseguiu o direito de sediar o torneio de 2022 depois que o então presidente francês, Nicolas Sarkozy orientou o então presidente da UEFA, Michel Platini a votar pela candidatura qatariana. Na ocasião, todas as confederações europeias votaram pelo reino.

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A candidatura marroquina se recusou a comentar o tweet de Donald Trump, mas é provável que os comentários considerados desrespeitosos feitos pelo presidente devem repercutir na decisão. O Marrocos espera cooptar boa parte dos votos das nações africanas após comentários do presidente dos EUA classificando-as como "países de merda". O país também deve contar com o apoio de países do Oriente Médio, da Rússia e da França.

A seu favor, a candidatura em conjunto dos EUA, Canadá e México conta com a vantagem de possuir infraestrutura quase pronta, além de dividir responsabilidades em um torneio que, pela primeira vez na história, terá 48 seleções participantes.

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