Após chamar impeachment de golpe, Evo Morales chega a Brasília para encontro com Temer

Sob honras militares, o presidente Michel Temer recebeu o seu homólogo boliviano, Evo Morales na rampa do Palácio do Planalto em Brasília. Os dois líderes tentam "fortalecer a cooperação e coordenação dos dois países" em questões como a criminalidade transnacional, energia, defesa, integração física, migração, comércio e investimentos.

A visita de Morales ao Brasil acontece após duas tentativas. Em ambas as ocasiões, a viagem foi cancelada devido aos problemas de saúde de Temer, que se recuperava no Hospital Sírio-Libanês de intervenções relacionadas a bloqueios nas artérias e próstata.

O Brasil é o maior parceiro comercial da Bolívia e o destino de 19% das exportações bolivianas, o que o torna o principal mercado de destino para a produção desse país.

A visita é vista como reaproximação entre os dois líderes, já que em agosto de 2016, logo após a confirmação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Morales escreveu nas redes sociais que "se prospera um golpe parlamentar contra o governo democrático de Dilma". Morales chegou a ameaçar retirar do Brasil o embaixador José Kinn.

Reagindo a críticas, Brasília convocou o embaixador brasileiro na Bolívia para consultas, o que no mundo diplomático costuma ser um sinal de desaprovação do Estado.