'Ocidente preparou um espetáculo mas ficou ofendido porque ninguém quer assisti-lo'

© Sputnik / Vladimir SergeevCrimeia, Sevastopol (foto de arquivo)
Crimeia, Sevastopol (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Ex-secretário-geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen, considera que a Crimeia poderá ser considerada como uma "formação livre". Ele não excluiu a possibilidade de a península deixar de fazer parte da Ucrânia.

Discursando na conferência "Sanções dos EUA contra a Rússia: Avaliação do seu Impacto e Custos", Rasmussen informou que Washington está considerando a variante de introdução de novas sanções contra a Rússia devido à situação em torno da Ucrânia.

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Contudo, o ex-dirigente da OTAN reconheceu que as sanções apenas fizeram com que Vladimir Putin se tornasse mais forte: sem o querer, como disse Rasmussen, as sanções "tornaram a elite na Rússia mais dependente de Putin e do Kremlin".

O que queria Rasmussen dizer com isso não está muito claro, opina Vladimir Bychkov, do Serviço Russo da Rádio Sputnik. O que é evidente é que o Ocidente está se dando conta de que as sanções não trouxeram resultados e que a Rússia não pretende discutir o estatuto da Crimeia.

"Hoje em dia falam muito da chamada política de padrões duplos. Do meu ponto de vista, esta não é a formulação exata. Não existem duplos padrões, existe apenas a política russa do Ocidente, ou melhor, antirrussa", considera o analista.

Nesta política, continua Vladimir Bychkov, é incluída a situação na Ucrânia, Crimeia, Oriente Médio e sistemas de defesa aérea. E não se trata de uma nova abordagem, esta política existe já muito tempo.

"O Ocidente hoje em dia está decepcionado não com o fato de as sanções provocarem prejuízos quer para a Rússia, quer para o próprio Ocidente. Essa não é decepção principal. Estão dececionados porque sua política antirrussa afinal é ineficaz", destaca Bychkov.

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No que toca à Crimeia, a situação é ainda mais cômica, continua o analista. Porque o "problema da Crimeia" existe apenas por se tratar da Rússia. Se fosse qualquer outro ponto de mundo, não haveria nenhuma discussão, acredita Vladimir Bychkov.

O autor destaca mais uma vez que não é a questão da Crimeia que desaponta o Ocidente, mas o fato de a Rússia não querer discutir o assunto, porque para ela não há nenhum "problema da Crimeia". Como seria bom se os planos do Ocidente se tivessem realizado! Mas o objetivo não era a Crimeia, mas sim levar à prática a política antirrussa: colocar [a Rússia] no lugar, fazer o país se sentir "falhado" e receber migalhas das mãos "generosas" do Ocidente.

"Não era assim que o Ocidente imaginava que fosse o seu monólogo (exatamente, monólogo) com a Rússia. Ele elaborou com muito cuidado todos os detalhes de sua política 'genial' para 'conter e resistir à Rússia'. E o que Moscou fez? Virou as costas", acrescenta Bychkov.

O Ocidente preparou para si mesmo um espetáculo mas ficou ofendido porque ninguém quer assisti-lo.

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