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Bienvenidos, hermanos! Brasil fala espanhol para receber invasão argentina

© Koerich / DivulgaçãoRede de lojas de Santa Catarina fazem publicidade em língua espanhola
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Depois de reduzirem significativamente o turismo em Santa Catarina no início dos anos 2000, devido à crise econômica, os argentinos começam a voltar ao estado. Embaladas pela perspectiva de vendas maiores, várias redes de Florianópolis e áreas vizinhas tentam atrair esses consumidores com anúncios em espanhol.

Há de tudo, seja em outdoors, rádios, cartazes e mesmo em anúncios de TV. A Koerich, por exemplo, rede de móveis e eletroeletrônicos, treinou vendedores das unidades de praia só para atender aos argentinos. A DPaschoal, rede de pneus e serviços automotivos, embarca na mesma onda e promete ofertas especiais na compra de "neumáticos" (pneus), aproveitando o fato de que muitos hermanos chegam ao estado de carro. 

A Havan, rede de utilidades domésticas, roupas de cama e banho, faz anúncios com áudio e texto em espanhol. Na área imobiliária, o mercado também está aquecido, em especial em áreas como Canasvieiras e Balneário Camboriú, onde há uma profusão de placas de "alquiler" (aluguel) e até corretores especializados no receptivo dos argentinos. Dados da Secretaria de Turismo de Santa Catarina (Santur) apontam a passagem de 1,1 milhão de argentinos pelo estado na temporada passada, total bem próximo ao verificado entre 1990 e 2001, período que ficou conhecido como o "dame dos" (dê-me dois) em alusão à desvalorização da moeda brasileira à época em relação ao peso argentino.

Eduardo Koerich, diretor de marketing do Clube de Diretores Lojistas de Florianópolis (CDL) e diretor da rede Koerich, lembra que em dezembro de 2015 e janeiro de 2016 a participação dos argentinos na venda total do comércio do estado chegou a 15%, o que levou o varejo da região a investir em treinamento de pessoal para que fosse dado um tratamento diferenciado para esse turista. Em dezembro de 2016 e janeiro deste ano, contudo, o movimento não foi o esperado, em parte pela questão do câmbio. Em 2016, o dólar chegou a valer R$ 4, o que favorecia as compras dos "hermanos" no país. Agora, com a valorização do real, esse poder de compra dos vizinhos diminuiu um pouco, embora, ainda assim, continue significativo.

Koerich afirma que no caso de sua rede foi feito um treinamento da equipe, em especial nos diálogos de saudação e identificação da necessidade de consumo dos visitantes.

"Dar um bom dia, uma boa tarde, perguntar o que o cliente precisa, palavras-chave que são utilizadas numa abordagem foram desenvolvidas junto aos vendedores para que eles pudessem fazer uma saudação diferenciada, uma abertura de vendas e buscar o encantamento do cliente", exemplifica Koerich, citando que a procura maior dos argentinos é na linha de smartphones, embora muitos, como vêm de carro, acabam levando também televisores, ar condicionado, confecções, entre outros produtos.

Segundo o diretor do CDL, as campanhas já objetivam preparar as equipes de venda para o próximo verão na expectativa de que volte a acontecer essa demanda de compras dos argentinos, especialmente no período que vai de novembro até o fim de março, quando as temperaturas começam a baixar no estado. 

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