Sistemas de mísseis Bastion no Extremo Oriente são uma 'notificação' para Japão e EUA

© Sputnik / Sergey PivovarovSistema de mísseis antinavio Bastion.
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A Rússia instalou a primeira bateria de sistemas de mísseis costeiros Bastion em Kamchatka, no Extremo Oriente, sendo que os mesmos sistemas já foram instalados na Crimeia, nas Curilas, no mar de Okhotsk e em outras regiões. O colunista da Sputnik Aleksandr Khrolenko explica os motivos da sua implantação.

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O complexo de defesa costeira Bastion, dotado de mísseis antinavio Oniks, é capaz de proteger o litoral em um raio de entre 300 e 500 quilômetros contra embarcações e tropas inimigas, tanto no mar como na costa. Pode ser usado de dia e de noite, em quase qualquer clima e incluir até 36 projéteis.

Os mísseis Oniks utilizados pelo Bastion podem atacar navios de superfície de qualquer classe, em condições da resistência armada e guerra eletrônica intensa.

Uma das características mais importantes do Oniks é o sistema de controle inteligente, vital na hora de realizar o lançamento de vários projéteis de uma vez. Com sua ajuda, o Oniks pode classificar autonomamente a importância dos alvos, bem como escolher a técnica e o plano de ataque, anulando ao mesmo tempo os sistemas de guerra eletrônica e de defesa antiaérea.

A divisão 520 da brigada de artilharia de mísseis costeiros localizada na região de Yelizovo, em Kamchatka, recebeu há pouco a primeira bateria de sistemas Bastion. Até agora, a divisão tem usado os antigos sistemas Redut, no ativo desde 1966.

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Anteriormente, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou a instalação de sistemas de mísseis antinavio Bal e Bastion nas ilhas Kanashir e Iturup, que fazem parte do arquipélago de Curilas, explicou o colunista.

O motivo de tais operações defensivas é a necessidade de proteger as costas e os mares russos, bem como de defender rotas que representam uma grande importância para o país, assinalou Khrolenko.

Desde 2015, no Extremo Oriente russo tem sido desenvolvido um sistema unificado de defesa costeira, necessário para controlar as zonas das Ilhas Curilas e do estreito de Bering, e cujo objetivo é a cobertura das rotas de movimentação da Marinha e aumentar a força e estabilidade da Frota do Pacífico.

Segundo disse Khrolenko, a defesa das fronteiras da Rússia no Extremo Oriente é uma medida forçada para compensar a "contenção" política e militar dos EUA no Pacífico. Além disso, o Japão segue reivindicando sua suposta soberania sobre as Curilas.

A instalação dos sistemas Bastion nas Curilas é um sinal político e militar de Moscou aos seus vizinhos, a Tóquio em primeiro lugar, de que a Rússia tem intenção de conservar a fronteira oriental na sua forma atual.

Este passo, bem como a possível presença de sistemas de defesa antiaérea S-400 em Kamchatka, podem ser entendidos somo uma proteção total do mar de Okhotsk, o que converterá as Ilhas Curilas e Kamchatka em uma fortaleza naval inacessível, com uma grande capacidade de resposta, acredita o colunista da Sputnik Aleksandr Khrolenko.

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Não menos importante é o fato dos sistemas permitirem criar condições ideais de proteção para os submarinos de mísseis balísticos russos a apenas 6.500 km das costas de São Francisco e de posições terrestres americanas em Wyoming, Montana e Dakota do Norte.

A Rússia tem um território extenso, quase duas vezes maior que o dos EUA, e tem fronteiras marítimas com 12 países. O comprimento total das fronteiras marítimas da Rússia supera os 39 mil quilômetros, adianta o colunista.

Neste sentido, os sistemas nucleares e de defesa aeroespacial permitem "controlar a paz no planeta em uma área de milhares de quilômetros muito para além do nosso território", explica Khrolenko.

"Nos EUA, a isso se chama de 'projeção de força', mas a Rússia tem como mais presente o conceito de 'projeção de segurança'", concluiu o especialista.

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