Depois de uma audiência que durou sete horas, segundo informa O Globo, os seis principais líderes dos mineradores receberam ordem de prisão de segurança máxima. Um deles é Carlos Mamani, presidente da Fencomin. Outros são Carlos Castro, Julián Pinto, René Cochi, Silvestre Flores e Roberto Durán.
Os três primeiros "foram plenamente identificados como atores materiais e intelectuais do assassínio do vice-ministro do Regime Interior", segundo o fiscal departamental, Edwin Blanco Soria, citado pelo jornal La Razón.
Agora, começa o processo judicial, que pode durar vários anos.
Illanes, de 65 anos, foi sequestrado por um grupo de manifestantes ao se deslocar, em 24 de agosto, de La Paz para o interior. Perto da localidade de Panduro, o seu carro, onde também seguia o seu assessor, foi atacado. Depois, à noite, o Ministério do Governo boliviano postou no seu Twitter que o vice-ministro "ligou três vezes, (10h38, 10h47 e 15h51) pedindo auxílio e denunciando que os cooperativistas ameaçavam esquartejá-lo".
Oficial: Vic.Illanes llamó tres veces (10:38, 10:47 y 10:51 am) para pedir auxilio y denunciar que cooperativistas amenazaban descuartizarlo
— MinisteriodeGobierno (@MindeGobierno) 25 de agosto de 2016
No domingo, depois do funeral do vice-ministro, o presidente da Bolívia, Evo Morales, decretou três dias de luto nacional.
Segundo várias fontes, o conflito já provocou quatro mortes entre os mineradores, entre as quais três com arma de fogo e uma, por má manipulação de dinamite. Contudo, o ministro do Interior, Carlos Romero, insistiu que as mortes não estão esclarecidas.
A autópsia de Illanes mostrou, segundo fontes oficiais, que ele teria sido torturado várias horas antes de ser morto. O corpo dele foi achado ao lado da estrada que une La Paz e Oruro.
Fotografías de parte del arsenal explosivo que cooperativistas prepararon para provocar una masacre en Panduro pic.twitter.com/8tgZEAmakd
— MinisteriodeGobierno (@MindeGobierno) 28 de agosto de 2016
O conflito se iniciou em 10 de agosto, quando milhares de mineradores membros de cooperativas começaram um corte de estradas, protestando contra a Lei das Cooperativas.