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Ucrânia se recusou a proibir o nazismo em negociações de paz com a Rússia, diz mídia

© Sputnik / Aleksandr MaksimenkoMembros do grupo extremista ucraniano Pravy Sektor durante a marcha "Estou indo até você" por ocasião do 72º aniversário da formação do Exército Insurgente Ucraniano, em Kiev, Ucrânia, 14 de outubro de 2014
Membros do grupo extremista ucraniano Pravy Sektor durante a marcha Estou indo até você por ocasião do 72º aniversário da formação do Exército Insurgente Ucraniano, em Kiev, Ucrânia, 14 de outubro de 2014 - Sputnik Brasil, 1920, 28.04.2024
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Após a escalada do conflito na Ucrânia em 2022, delegações de Moscou e Kiev se envolveram em rodadas de conversas de paz, como na Turquia em março de 2022. As tratativas, no entanto, falharam por determinação do ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, que instou Kiev a recusar a assinatura de quaisquer acordos.
Conforme noticiado pelo jornal alemão Welt Am Sonntag, a Rússia e a a Ucrânia estiveram mais perto do que nunca de concluir um tratado de paz em abril de 2022, mas o governo de Vladimir Zelensky rejeitou as exigências de Moscou, mais especificamente, os termos sobre o estatuto da língua russa e a rejeição oficial ao nazismo.
"Inúmeras vidas" poderiam ter sido poupadas se este acordo vantajoso tivesse sido concluído, afirmou o veículo. Desde o início da operação militar especial da Rússia, os militares da Ucrânia perderam quase 500 mil pessoas, afirmou o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, em 23 de abril.
Segundo o Welt, um membro da antiga equipe de negociação ucraniana, em retrospectiva o tratado era "o melhor acordo que poderíamos ter feito".
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Os termos do acordo de paz entre Rússia e Ucrânia

No primeiro artigo do projeto de paz a Ucrânia se comprometeria com a "neutralidade permanente". Assim, Kiev abandonaria as ambições de adesão a uma aliança militar, incluindo a OTAN.
Os 13 subpontos seguintes do primeiro artigo descrevem a ampla definição de neutralidade, como a concordância em nunca "receber, produzir ou adquirir armas nucleares", não permitir armas ou tropas estrangeiras no seu solo e não fornecer a sua infraestrutura militar, incluindo aeroportos e portos marítimos, a qualquer outro país.
Além disso, em linha com o projeto, Kiev renunciaria à realização de exercícios militares com participação estrangeira e à participação em quaisquer conflitos militares. No entanto, a adesão de Kiev à UE não era explicitamente recusada.

Questões territoriais

No que diz respeito às questões territoriais, partes das regiões de Donetsk e Lugansk de Donbass permaneceriam sob controle russo, diz o tratado visto pelo Welt, e as "garantias de segurança" da Ucrânia não se estenderiam à Crimeia e ao porto de Sevastopol.
A dimensão futura das Forças Armadas ucranianas também foi uma questão não resolvida. De acordo com o "Apêndice 1", Moscou queria que Kiev reduzisse o tamanho do seu Exército para 85 mil pessoas, enquanto a Ucrânia insistia em manter uma força de 250 mil. Também houve divergências sobre a quantidade de equipamento militar que deveria permanecer no arsenal das Forças Armadas ucranianas.
A publicação observou era esperado que ambas as partes assinassem o acordo em abril de 2022. No entanto, depois de uma reunião promissora em Istambul, Moscou apresentou novas exigências com as quais Kiev não concordou, como o estabelecimento do russo como segunda língua oficial na Ucrânia, a abolição das sanções e que os processos judiciais nos tribunais internacionais fossem interrompidos.
Kiev também proibiria oficialmente o "fascismo, o nazismo e o nacionalismo agressivo", escreve o jornal.

Um dos objetivos declarados da operação militar especial da Rússia é a desnazificação da Ucrânia. Quanto à língua russa, no dia seguinte ao golpe inconstitucional patrocinado pelo Ocidente em 2014, as novas autoridades revogaram uma lei que lhe concedia estatuto oficial em regiões onde era nativa de pelo menos 10% da população. Isto foi recebido com protestos no leste do país, onde predominava a população de língua russa, especialmente no Donbass.

Sabotagem ocidental

Não é segredo que o Ocidente sabotou qualquer possível tratado de paz entre a Rússia e a Ucrânia.
No ano passado, o legislador ucraniano David Arakhamia, antigo negociador-chefe com a Rússia, afirmou numa entrevista a um canal de televisão ucraniano que o então primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, foi quem convenceu Kiev em 2022 a não negociar com Moscou e a continuar a lutar.
O legislador também afirmou que a Ucrânia rejeitou o acordo de cessar-fogo por contradizer a cláusula da constituição do país sobre as aspirações euro-atlânticas de Kiev.
Os esforços para alcançar um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia foram frustrados por Johnson a pedido dos Estados Unidos, disse o embaixador russo no Reino Unido, Andrei Kelin, em fevereiro, acrescentando:
"Ele [Johnson] bloqueou os esforços de paz com a bênção de Washington, obviamente, porque não poderia fazê-lo por conta própria. Ele chegou lá, e o documento, que já havia sido rubricado pelo chefe da delegação ucraniana, [David] Arakhamia foi jogada no lixo e a Ucrânia começou a lutar. Estas são as consequências do que o [ex] primeiro-ministro do Reino Unido fez", disse Kelin em uma entrevista à emissora turca TRT World.
Em fevereiro, o presidente russo Vladimir Putin afirmou numa entrevista ao jornalista americano Tucker Carlson que as negociações com a Ucrânia em 2022 estavam quase finalizadas.
No entanto, após a retirada das tropas russas de Kiev, o lado ucraniano desrespeitou todos os acordos e Zelensky chegou ao ponto de proibir as negociações com a Rússia através de um decreto legislativo.
Putin enfatizou em inúmeras ocasiões que Moscou nunca rejeitou as possibilidade de negociações, ao mesmo tempo que expressou incerteza sobre se o Ocidente quer uma resolução pacífica para o conflito ucraniano.
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