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As tropas da OTAN não querem morrer: Polônia e Lituânia repatriarão os recrutas ucranianos

© AP Photo / LibkosSoldados ucranianos cobrem os ouvidos para se proteger do bombardeio de tanques russos na região de Zaporozhie. Ucrânia, 2 de julho de 2023
Soldados ucranianos cobrem os ouvidos para se proteger do bombardeio de tanques russos na região de Zaporozhie. Ucrânia, 2 de julho de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 26.04.2024
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A Ucrânia e a Lituânia recentemente sinalizaram que ajudarão o regime de Kiev a levar para casa potenciais esquivos do recrutamento.
Anteriormente, os países pareciam relutantes em extraditar homens ucranianos em idade de recrutamento.
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Os ministros da Defesa da Polônia e da Lituânia declararam que ajudarão o regime de Kiev a garantir que aqueles que são obrigados a lutar pela Ucrânia regressem à casa, em vez de se sentarem em cafés e restaurantes sofisticados europeus.

"Os cidadãos ucranianos têm obrigações com o Estado", afirmou o ministro da Defesa polaco, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, na última quarta-feira (24).

Ele continuou: "Tem bastante tempo que sugerimos que também podemos ajudar o lado ucraniano a garantir que aqueles que são obrigados a cumprir o serviço militar vão para a Ucrânia e não fiquem 'coçando o saco' em cafés europeus."

"A Ucrânia tem pouquíssima reserva de mobilização. [...] Isso não é justo para os cidadãos que lutam por seu país", retrucou Laurynas Kasciunas, o ministro da Defesa lituano ao seu homólogo polaco na quinta-feira (25).

No ano passado, a maioria dos estados da União Europeia (UE) se recusou a extraditar os esquivadores ucranianos que vieram como refugiados para o bloco, citando convenções europeias que não preveem a extradição por deserção ou evasão militar.
Embora as autoridades polacas não tenham rejeitado totalmente o pedido de Kiev, ofereceram um procedimento burocrático complicado, acrescentando que, no final das contas, tudo dependeria da decisão do tribunal polaco. Por que eles agora mudaram de tom?
"Não é nenhum segredo que a Ucrânia está perdendo a guerra por procuração da Organização do Tratado do Atlântico Norte [OTAN] contra a Rússia e sofre de um grave déficit de soldados", observou Vladimir Oleynik, um político ucraniano e antigo deputado da Verkhovna Rada, acrescentando que a aliança do Atlântico Norte não quer lançar suas próprias tropas no moedor de carne ucraniano.

"Não foi por acaso que os membros da OTAN disseram que há duas opções: a primeira é que as tropas possam entrar em conflito. A conclusão: é necessário forçar os ucranianos que estão na Polônia e em alguns países bálticos a regressar à Ucrânia", disse Oleynik à Sputnik.

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Qual seria a saída para a Polônia e a Lituânia enviar os ucranianos de volta para casa?

Surge então a questão de como dois Estados-membros da UE poderiam contornar as convenções europeias acima mencionadas e leis associadas para extraditar os esquivadores ucranianos. Parece, no entanto, que eles já encontraram um caminho.
Em 23 de abril, o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia "anunciou uma suspensão temporária da aceitação de novos pedidos de serviços consulares" para homens entre os 18 e os 60 anos residentes no estrangeiro.
Em meados de maio, entrará em vigor um projeto de lei abrangente que obrigará os homens em idade de recrutamento a regressar à Ucrânia para obterem uma identificação militar e um novo passaporte ucraniano.
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O cerne da questão é que, sob a lei marcial, os homens entre os 18 e os 60 anos estão proibidos de sair do país, o que aparentemente significa que os repatriados ficariam retidos na Ucrânia.
De acordo com o The Guardian, o Parlamento polaco vai considerar na próxima semana uma nova legislação que exigirá que os refugiados ucranianos apresentem um passaporte válido para obterem benefícios do Estado.
Antes, os ucranianos podiam apresentar qualquer documento que comprovasse sua identidade às autoridades polacas. Também não está claro se os ucranianos sem passaporte válido poderão trabalhar legalmente na Polônia.
O Ministro da Defesa da Lituânia, Arvydas Anusauskas, também sugeriu várias opções que poderiam permitir ao Estado expulsar os desertores do recrutamento que evitam o mecanismo de deportação. Ele esclareceu que esse trabalho será realizado em coordenação com a Polônia.

"É possível [restringir] benefícios sociais, autorizações de trabalho, documentos; há opções também do lado polaco. Penso que é a forma correta", disse Anusauskas citado pelo The Financial Times.

Draft Dodgers ucranianos são bem-vindos em outros estados da UE

As medidas da Varsóvia e Vilnius forçarão os ucranianos a procurar asilo em outros lugares, disse Oleynik, sublinhando que a maioria dos ucranianos não quer ir para a linha da frente.
Ele citou a pesquisa de março do Instituto Razumkov, que indicava que apenas 10% dos entrevistados ucranianos estão prontos para lutar, enquanto 90% não estão dispostos a ingressar no serviço militar.
Oleynik também se referiu a uma sondagem nas redes sociais realizada pela deputada do partido Servo do Povo, Mariana Bezuglaya, que aparentemente mostrou que mais de metade dos ucranianos residentes no estrangeiro optariam por viver sem passaporte ucraniano para evitar o recrutamento.
Apesar da Polônia e da Lituânia terem adotado uma posição dura em relação aos "fujões" ucranianos, outros estados da UE parecem prontos a recebê-los.

"A Alemanha assumiu uma posição oposta, dizendo que se houvesse um problema com os passaportes, estaria disposta a aceitá-los. Por quê? Porque a Alemanha precisa de trabalhadores […]. Portanto, acredita-se que os ucranianos irão para países onde não existem tais leis draconianas, ou pedirão asilo político em massa. Esta também será uma história interessante quando os cidadãos ucranianos renunciarem à sua cidadania", disse Oleynik.

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