Os dados são do Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), que foi publicado nesta terça-feira (2) e reúne informações coletadas referentes ao ano de 2018. O levantamento mostra que, naquele ano, cerca de 50 mil vítimas foram detectadas e denunciadas por 148 países – e ressalta que, atualmente, a pandemia de COVID-19 pode expor mais pessoas ao risco de tráfico.
"Milhões de mulheres, crianças e homens em todo o mundo estão sem trabalho, fora da escola e sem apoio social na contínua crise da COVID-19, o que os deixa em maior risco de tráfico de pessoas. Precisamos de ações direcionadas para impedir que os traficantes criminosos tirem proveito da pandemia para explorar os vulneráveis", disse o Diretor Executivo do UNODC, Ghada Waly.

As mulheres continuam a ser as principais vítimas deste crime. Em 2018, a cada cem vítimas identificadas, 50 eram mulheres adultas e 20 eram meninas menores de idade. Vinte eram homens adultos, e 15 são crianças do sexo masculino.
O perfil das mulheres vítimas de crimes deste tipo mudou. A proporção de mulheres adultas caiu de mais de 70% para 50%, enquanto a proporção de crianças detectadas aumentou, de cerca de 10% para mais de 30%.
A nível global, 50% das vítimas foram traficadas para exploração sexual, entre as quais a maioria era de mulheres e meninas. Vítimas de trabalhos forçados são 38% (sobretudo homens e rapazes), enquanto 6% das vítimas são forçadas à criminalidade, e 1,5% são obrigadas a pedir dinheiro ou favores na rua. Há também registros de casos de casamentos forçados, venda de bebês e até de remoção de órgãos para o tráfico internacional.
Quanto aos criminosos, são majoritariamente homens (62%), que atuam sobretudo em organizações criminosas, apesar de também existirem casos de atacantes que atuam individualmente ou em pequenos grupos. O relatório destaca o aumento da utilização da Internet e das redes sociais para atrair as vítimas.
"O Relatório Global do UNODC sobre o Tráfico de Pessoas 2020, junto com a assistência técnica que o UNODC oferece por meio de seus programas globais e redes atuantes, visa fornecer informações aos governos para respostas anti-tráfico, acabar com a impunidade e apoiar as vítimas como parte de esforços integrados para evoluir durante a pandemia", diz Waly.
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