Na semana passada, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, declarou que uma segunda onda de infecções pelo novo coronavírus já poderia ter começado na Europa.
Expectativas de que a segunda onda de infecções pelo SARS-CoV-2 poderia chegar ao Velho Continente somente no inverno do hemisfério norte se provaram excessivamente otimistas. Estatísticas sugerem que diversos países já registram nova onda de propagação da COVID-19.
"A pandemia continua acelerando", declarou o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus. "Nas últimas seis semanas, o número de casos praticamente dobrou".
Mundialmente, o número de casos ultrapassou os 18 milhões e não para de subir. A OMS reconhece que essa é "de longe a emergência sanitária mais severa" que a organização já teve que enfrentar.
Espanha
Os casos mais preocupantes são o de países como a Espanha, que pareciam ter sido bem-sucedidos em controlar a propagação do novo coronavírus. No entanto, o número de novos casos diários de infectados com a COVID-19 no país aumentou em mais de cinco vezes desde o início de julho.
Em função da alta, autoridades do Reino Unido introduziram quarentena obrigatória em seu território a pessoas oriundas da Espanha, o que poderá gerar prejuízo ao setor de turismo espanhol, essencial para o desempenho econômico de Madri.

Após ter atingido um pico de 7.902 casos diários em 31 de março deste ano, Madri conseguiu contornar a situação e registrar somente 291 casos em 9 de junho.
No entanto, esse bom resultado parece ter ficado para trás. Desde o início de julho, o número de novos casos reportados diariamente não para de subir e atingiram 1.738 no dia 24 de julho.
França
As estatísticas francesas também apontam que uma segunda onda pode estar emergindo. Desde a segunda metade de junho, o número de novos casos diários dobrou.
Paris registrou o pico da primeira onda de COVID-19 em 2 de abril, com 4.537 novos casos registrados diariamente. Em 9 de junho, somente 300 casos foram reportados, o que foi considerado um sucesso pelas autoridades locais. Mas, desde estão, os números só pioraram, e a França registrou 836 novos casos em 25 de julho.

Assim como no caso espanhol, ainda é cedo para estimar se a segunda onda será tão severa quanto a primeira onda de infecções pelo novo coronavírus, controlada por meio da imposição de quarentenas severas em ambos os países.
Israel e Irã
Os dados de Israel também apontam para a possibilidade de uma nova onda de COVID-19. Ao contrário de França e Espanha, no entanto, o número de casos registrado no pico da primeira onda – 633 casos em 7 de abril – é inferior ao nível registrado na atual segunda onda: 1.717 novos casos em 25 de julho.

O primeiro país a entrar em uma segunda onda de infecções por COVID-19 foi o Irã. Apesar de não ter logrado registrar níveis inferiores a mil casos diários por um período significativo, os dados divulgados por Teerã mostram que o país vive uma segunda onda de infecções pelo novo coronavírus desde maio deste ano. Nesse caso, a segunda onda está se provando mais longa do que a primeira.
Países ainda na 1ª onda?
Alguns países ainda não foram capazes de controlar a primeira onda de infecções pelo novo coronavírus. Os EUA, o país mais atingido pela COVID-19, registrou uma queda no número de casos em maio, interpretada como uma possível retração da primeira onda.
No entanto, essa retração não foi significativa e os EUA não registraram menos de 20 mil casos diários por nem um dia. Desde meados de junho, Washington registra uma alta significativa no número de casos, que ultrapassa diariamente a marca de 65 mil desde 17 de julho.

A África do Sul tampouco apresenta o padrão de ondas de infecção registrado na França e Espanha. Desde meados de maio, a curva de novas infecções de Joanesburgo está em ascensão, atingindo 12 mil casos em 20 de julho, informou o jornal britânico The Independent.
Mesmo padrão é observado na Índia, que ainda não parece ter atingido o pico da primeira onda de infecções. Com 47 mil novos casos registrados em 27 de julho, Nova Déli é o terceiro país com maior número de casos mundialmente, atrás somente de EUA e Brasil.

A tendência mundial é muito mais similar à indiana do que à espanhola ou francesa, apontam os dados da OMS. Se no final de maio cerca de 100 mil casos eram registrados diariamente no mundo, atualmente essa marca passa dos 250 mil.
A pandemia de COVID-19 já infectou ao menos 18 milhões de pessoas e fez 189.625 vítimas fatais mundialmente, segundo a Universidade Johns Hopkins, EUA. Os países com maior número de mortes são EUA, Brasil e México.
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