'Imortais': conheça pessoas que sobreviveram a 2 pandemias

© Foto / Instagram / opbphotoWilliam "Bill" Lapschies, em meio à recuperação do coronavírus
William Bill Lapschies, em meio à recuperação do coronavírus - Sputnik Brasil
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Entre as crônicas sinistras da pandemia atual, o mundo é movido pelas histórias dos idosos centenários que se recuperaram da devastação do coronavírus. Cem anos antes, passaram pela gripe espanhola.

Quase um mês após a declaração global da pandemia da COVID-19, os Estados Unidos se tornaram o país mais afetado pela doença, registando mais de 380.000 doentes e 12.000 mortes. Nova York é o estado com o maior número de casos comunicados.

Independentemente do país, os idosos e as pessoas com doenças pré-existentes são os que correm maior risco. Aqui estão alguns casos de idosos com pelo menos 100 anos que adoeceram com a COVID-19, mas se recuperaram e se transformaram em esperança.

Sr. P., 101 anos de idade

Na cidade de Rimini, na costa do Adriático, no norte de Itália, um homem de 101 anos chamado Sr. P recebeu alta em 26 de março. Nasceu em 1919, no auge da pandemia de gripe espanhola, que levou pelo menos 50 milhões de vidas entre 1918 e 1920, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos EUA, agência governamental do país.

O paciente centenário foi internado no hospital público da cidade uma semana antes. Após os testes correspondentes, confirmaram que ele sofria da COVID-19, a doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2.

Quando recebeu alta, Gloria Lisi, presidente da Câmara de Rimini, se referiu com estas palavras ao velho "que viu tudo" na comuna:

"Em poucos dias [Sr. P.] se tornou 'a história' também para os médicos, os enfermeiros, todo o pessoal de saúde. Uma esperança para o futuro de todos nós no corpo de uma pessoa de mais de cem anos, quando as tristes crônicas destas semanas falam mecanicamente todos os dias de um vírus que é especialmente feroz com os idosos."

"E ele conseguiu. Sr. P., ele o fez. A família o levou para casa ontem à noite para nos ensinar que, mesmo aos 101 anos, o futuro não está escrito", concluiu em mensagem no site da comuna.

Sra. Highlander, 102 anos de idade

Italica Grondona foi internada no hospital San Martino, na cidade portuária de Gênova (noroeste de Itália), por insuficiência cardíaca ligeira. Quando foi admitida, apresentou alguns sintomas ligeiros da COVID-19, cujo teste saiu positivo.

Italica Grondona, 102 anos, todos pela avó Lina, que se curou do coronavírus e teve alta do Hospital San Martino em Génova, onde tinha sido hospitalizada nos últimos dias. Queria ouvi-la pessoalmente ao telefone porque ela já se tornou um símbolo de esperança para todos nós. E também um exemplo de como todos são tratados, independentemente da idade. Não há distinções. Ela agradeceu-me dizendo que foi bem cuidada, e suas palavras são certamente a melhor coisa do dia, que me deram uma força incrível. A vida de todos é preciosa, incluindo a dos nossos avôs, por quem lutamos todos os dias, não sem dificuldade! Sua história deu a volta ao mundo: chamam-lhe Highlander. Para nós ela é simplesmente uma grande figura: forte, tenaz, resistente... e não é por acaso que ela apaga as velas do bolo Panarello! Venha, Lina, e obrigado, seu nome não é Italica por acaso: você é uma bela página da nossa história!

Após 20 dias de hospitalização, Grondona recuperou completamente sozinha, o que surpreendeu os médicos do hospital, que decidiram estudá-la mais a fundo, segundo a emissora CNN.

"Recolhemos amostras serológicas. Ela é a primeira paciente que conhecemos que poderia ter tido a gripe espanhola, visto que nasceu em 1917", disse Vera Sicbaldi, a médica cuidadora. Ela acrescentou: "A apelidamos de 'Highlander, a Imortal'."

Giovanni Toti, jornalista, político e presidente da região da Ligúria, cuja capital é Gênova, se referiu a ela como "um símbolo de esperança para todos nós".

William 'Bill' Lapschies, 104 anos de idade

O residente idoso de Lebanon, Oregon (estado no noroeste dos EUA), é um dos 15 pacientes da COVID-19 que vivem no lar para veteranos de guerra Edward C. Allworth. Felizmente, Lapschies não desenvolveu "sintomas respiratórios graves". Dois dos outros pacientes do lar morreram.

Lapschies nasceu em 1916, atravessou a pandemia de gripe espanhola em 1918, a Grande Depressão econômica de 1929, e também serviu no Exército dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial.

Menos de um mês após ter sentido os primeiros sintomas da COVID-19, o idoso pôde celebrar seu 104º aniversário.

Até agora Lapschies é o paciente de vida mais longa a se recuperar da COVID-19, desafiando as piores probabilidades.

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