“E eu sabia de tudo. Ele sempre me disse que era um bandido, um narcotraficante. Nós assistíamos à televisão e a sua voz não tremia quando me dizia: essa bomba fui eu quem coloquei. E discutíamos", lembra Juan Pablo, que agora se chama Sebastián Marroquín e vive na Argentina, onde se estabeleceu após a morte de seu pai.
Juan Pablo não esconde a verdade quando se refere ao pai: assegura que Pablo Escobar foi ainda mais cruel do que se pensa e não esconde a preocupação com a aura de romantismo com que o mundo do narcotráfico é apresentado na produção da Netflix.
"Meu pai era muito mais cruel do que se mostra na série. Ele submeteu um país ao terror (…). Há milhares de vítimas e um país por detrás que merece respeito. Eles estão inculcando uma cultura em que parece que ser traficante é 'cool'. Jovens de todo o mundo estão me escrevendo, me dizem que querem ser traficantes de drogas e me pedem ajuda. Escrevem-me como se eu vendesse 'tickets' para entrar nesse mundo", contou Juan Pablo ao El País.O filho de Escobar disse ainda que, para sobreviver, teve que entregar todos os bens acumulados por seu pai ao Cartel de Cali. Após a morte de Escobar – que, de acordo com seu filho, suicidou-se quando se viu cercado pela polícia –, Juan Pablo e sua mãe foram forçados a entregar tudo o que tinham para se salvar, já que todos os Escobar haviam sido condenados por outros cartéis de drogas.
"Pedimos-lhes que nos deixassem viver. Fui com a minha mãe para estas reuniões. Eles exigiram-nos entregar todos os bens como parte dos despojos de guerra. Eles sabiam tudo que meu pai tinha. A ordem era simples: se vocês ocultarem uma única moeda, vamos matá-los. Assim salvamos nossas vidas", contou ele.
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