A exploração de momentos políticos importantes vem de longe na história da publicidade brasileira. Para os de boa memória, houve anúncios emblemáticos, como os dos sapatos Vulcabrás, que tiveram como garotos-propaganda os ex-Governadores Paulo Maluf e Leonel Brizola, ou os do ator Carlos Moreno, que encarnava os principais candidatos à Presidência da República em 2014, nos anúncios da Bombril.
O fundador e secretário-geral da Associação Latino-Americana de Publicidade (ALAP), João Firme, é um dos que veem com bons olhos os anúncios de oportunidade política.
Firme diz que isso é possível porque o Brasil desfruta de plena liberdade de imprensa e de expressão e tem um bom trabalho desenvolvido pelo Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária (Conar), que faz o julgamento de peças quando há alguma denúncia.
“Vemos que as iniciativas de grandes agências, de aproveitar o momento que vive o país, só estão lucrando com isso. Alguns também querem aproveitar de outra maneira, e aí são barrados pelo Conar e pelos sindicatos. Houve o caso de uma agência que apareceu no Rio Grande do Sul com uma fotografia do povo reclamando contra Dilma e dizendo assim: ‘Deixe de reclamar como eles e venha comprar…’ Aí não dá.”
Segundo Firme, as campanhas publicitárias amenizam o atual quadro de tensão social.
“A campanha do Paz & Amor do sorvete é muito bonita, é anúncio para prêmio. Vejo tudo isso como um prenúncio de que o povo quer viver bem, ter qualidade de vida, e graças à liberdade de expressão a gente pode dizer isso. Vejo com simpatia as campanhas que levam o povo a pensar em uma qualidade de vida melhor.”
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