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Tragédia da Boate Kiss: 3 anos sem justiça

ENTREVISTA COM SÉRGIO DA SILVA
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O incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que matou 242 pessoas, completou 3 anos nesta quarta-feira, 27. A tragédia chocou o país e o mundo, e os familiares das vítimas reclamam da sensação de impunidade.

O fogo na casa noturna foi causado por um artefato pirotécnico usado por músicos de uma banda que se apresentava no local.

Inúmeros processos judiciais tramitam ainda na Justiça movidos por todas as partes envolvidas no caso. E após 3 anos ainda não se conseguiu apontar ou punir os culpados pelo crime.

O presidente da Associação das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria, Sérgio da Silva, que perdeu no incêndio o filho Augusto Sérgio, de 20 anos, estudante de Direito, acusa:

“Em termos de Justiça, nada foi feito até hoje. Não há ninguém preso. Temos 4 acusados pelo crime, que são os 2 músicos e os 2 donos da boate. De todo o levantamento que a Polícia fez na época, foram retirados do processo os entes públicos, como o Município [de Santa Maria] e o Estado [do Rio Grande do Sul].”

Então, Sérgio da Silva dá uma informação que chega a ser estarrecedora:

“De concreto, os punidos nessa situação toda da Boate Kiss, e que estão sendo processados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, além de estarem sendo punidos pela perda de um filho, são três pais: eu, um pai chamado Flavio José da Silva e outro pai que mora em São Paulo. Eles [as autoridades] alegam que estamos fazendo calúnia contra eles, porque cobramos deles uma responsabilidade maior, além de mais investigações. Por isso estão nos processando por ato de calúnia.”

Segundo Sérgio da Silva, por não aceitarem fazer um acordo com o Ministério Publico do Rio Grande do Sul, que obrigava os três pais a fazerem um pedido de desculpas através da mídia, além de se apresentarem a cada dois meses à Justiça e pagar uma multa de R$ 800,00 mensais, eles estão sendo processados.

Por isso, vão denunciar o caso à OEA – Organização dos Estados Americanos:

“Estamos pedindo a nossa liberdade para podermos cobrar responsabilidade dos entes responsáveis. Queremos nossa liberdade de volta, porque estamos sendo punidos por isso, e alertar sobre todo esse processo de que até hoje não foi tomada nenhuma providência sobre quem são os culpados.”

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