Como o Daesh impede as pessoas de fugir do seu califado

© AP Photo / Raqqa Media Center of the Islamic State groupSoldados do Estado Islâmico em parada na cidade de Raqqa, Syria
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A edição Business Insider relata como o Daesh faz tudo para que os civis não fujam do território por si controlado.

«Segundo informações dos civis que conhecem a situação no território capturado pelos militantes, o Daesh reforçou as medidas de segurança ao longo das fronteiras do seu ‘califado’ para não deixar as pessoas fugir», escreve o Business Insider.

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Em particular, as pessoas que moram em Raqqa, que é, de fato, a capital do «Estado Islâmico» têm de se registrar de novo para que os militantes possam controlar a situação demográfica.

Um dos habitantes locais concordou em dar uma entrevista ao Business Insider sob condição de anonimato. Ele explicou que ainda consegue sair de Raqqa e voltar com ajuda de contrabandistas, mas a sua família tem de ficar na cidade:

«Eles não deixam sair da cidade as mulheres que têm menos de 45 anos de idade e os rapazes menos de 19. Mas depois de se saber que eles querem registrar todos os rapazes da cidade menores de 14 anos, as pessoas têm muito medo de que eles sejam recrutados e querem fugir».

Outro sírio da cidade de Deir Ezzor afirmou que o Daesh cercou alguns territórios para barrar os caminhos de fuga das pessoas.

«No território controlado pelos terroristas há somente uma estrada pela qual os civis poder fugir, e eles [militantes] abrem-na a dias certos e horas certas», explicou, adicionando que a população está proibida de retirar os bens pessoais. 

Ali Leili, ativista sírio, esclareceu que na verdade, em certas situações, os civis podem sair da cidade:

«Às vezes, as pessoas podem ir a Damasco para receber lá tratamento médico, mas antes disso, eles assinam um documento declarando que vão voltar a Deir Ezzor», disse o ativista, frisando que, se a pessoa não voltar, os parentes serão presos.

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Segundo a edição, todas estas limitações resultaram em que as pessoas são obrigadas a usar esquemas engenhosos.

«Centenas de habitantes de Deir Ezzor, especialmente os jovens, através das rotas secretas dos contrabandistas, fugiram para a Turquia, dalí – para a Europa, uma parte deles fica na Turquia», conta Ali Leili. Segundo ele, as pessoas fogem do «inferno» que tiveram de enfrentar.

Enquanto uns dependem dos contrabandistas, outros esperam pelos próprios militantes. Uma das mulheres de Raqqa foi recrutada para as fileiras do Daesh e pediu a um amigo, membro do agrupamento, que a ajudasse a fugir com a irmã. O militante conseguiu as acompanhar através dos pontos de controle do Daesh sem suspeitas.

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