ONU deve desempenhar papel central na questão do Afeganistão, diz Lavrov após encontro com Talibã

© Sputnik / Assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores da RússiaMinistro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov durante reunião em Moscou
Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov durante reunião em Moscou  - Sputnik Brasil, 1920, 20.10.2021
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Nesta quarta-feira (20), após o encontro com a delegação talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), no chamado formato de Moscou, o chanceler russo Sergei Lavrov disse que a Organização das Nações Unidas (ONU) deve desempenhar o papel central na regularização da situação no Afeganistão.
"Estamos convencidos de que o papel central de coordenação na consolidação dos esforços internacionais quanto ao Afeganistão deve ser desempenhado pela Organização das Nações Unidas", afirmou Lavrov.
A situação atual no Afeganistão não pode ser chamada de estável e os terroristas tentam tirar vantagem disso, afirmou o chanceler, se referindo principalmente ao Daesh e à Al-Qaeda (ambas são organizações terroristas proibidas na Rússia e em vários outros países).
"[...] a falta de reconhecimento oficial [do governo do Talibã] na arena internacional, os problemas nas esferas socioeconômica e financeira, os desafios humanitários que as novas autoridades em Cabul têm enfrentado, indicam que a situação atual no país não pode ser chamada de estável", disse Lavrov.
A Rússia apela aos talibãs para formarem um governo inclusivo com a participação de todas as forças políticas do país.
O chanceler sublinhou que o novo governo "deve representar de forma plena os interesses de todas as forças, não apenas étnicas, mas também políticas, do país".
Moscou lamenta que os Estados Unidos não participem pela segunda vez das reuniões sobre o Afeganistão no formato de consultas de Moscou, disse Lavrov. O ministro adicionou que espera que a recusa de participar da reunião "não esteja ligada a nenhum problema de princípio".

Comentários do Talibã

O vice-premiê dos islamistas, mawlawi Abdul Salam Hanafi, declarou que o movimento Talibã não precisa de ajuda militar estrangeira.
"Não precisamos de ajuda militar estrangeira. Precisamos de apoio à paz no Afeganistão. Precisamos da recuperação do Afeganistão", disse ele.
O vice-premiê do Talibã declarou que o atual governo afegão já é inclusivo.
O movimento Talibã considera que cumpriu todas as condições para que a comunidade internacional o reconheça como governo legítimo, afirmou o chanceler interino do Talibã, Amir Khan Muttaqi, aos jornalistas.
"Por que eles não deveriam nos reconhecer oficialmente? Controlamos todo o território do Afeganistão, cumprimos todas as condições e correspondemos a todos os padrões como governo", disse Muttaqi.
O formato de consultas de Moscou sobre o Afeganistão foi criado em 2017. Ele junta 11 países, interessados na resolução da questão afegã: Rússia, Afeganistão, China. Paquistão, Irã, Índia, Cazaquistão, Tajiquistão, Quirguistão, Uzbequistão e Turcomenistão. A Rússia tradicionalmente convida os EUA para as consultas, mas Washington não participou das últimas reuniões.
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